domingo, 14 de dezembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Terra do Nunca - Próxima 6ªf, 19 Dezembro: Liam, de Stephen Frears


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Terra do Nunca


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 19 DEZEMBRO.2008 - 21H45



A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41

4000-334 Porto


(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)

ENTRADA LIVRE



Liam

Liam


Realizador: Stephen Frears

Com: Ian Hart, Claire Hackett, Anthony Borrows, David Hart, Megan Burns, Anne Reid, Russell Dixon, Julia Deakin, Andrew Schofield, Bernadette Shortt, David Carey, David Knopov, Jane Gurnett, Gema Loveday, Martin Hancock, Sylvia Gatril, Chris Darwin, James Foy, Arnold Brown, Billy Moocho, Stephen Walters, Bryan Reagan, Sean Styles, Sean McKee, George Maudsley.

Duração: 88 minutos, COR

Classificação: M/12

Género: Drama

País de Origem: Alemanha / Reino Unido / EUA

Ano:2000



SINOPSE

" Em Liverpool, nos anos 30, Liam cresce no bairro católico irlandês. Tem sete anos, é o mais novo da família. Os irmãos mais velhos, Con e Teresa, já trabalham e participam nas despesas da casa. Entre uma mãe afectuosa e um pai responsável, a família está feliz apesar da falta de dinheiro, até o dia em que a crise os atinge irremediavelmente e o pai de Liam perde o emprego. Sem recursos, amargo mas determinado em encontrar uma solução, seja ela qual for, deixa-se seduzir progressivamente pelos movimentos fascistas locais.
E de repente o tempo perde à sua linearidade. Ontem, hoje, amanhã, talvez "ainda"...
Como os seus irmãos, Liam recebe uma educação religiosa e a relação com a religião marca o compasso da vida da comunidade a que pertence e é através desse filtro que ele se relaciona com o mundo que o rodeia, com os mistérios da vida.
O filme é, então, o olhar de uma criança sobre a pobreza do seu bairro e da sua família, durante a grande depressão dos anos 1930. É uma visão rica e humana, com o humor necessário para a sobrevivência."

http://www.atalantafilmes.pt/novosite/ficha.asp?FilmeID=822


"O "Puto"

A carreira do britânico Stephen Frears tem sido dividida entre o seu país natal e os Estados Unidos. A multiplicidade de géneros abordados é também uma característica do trabalho do cineasta, que já "saltou" por situações tão díspares como a comédia ("Alta Fidelidade" e "O Herói Acidental"), o drama histórico ("Ligações Perigosas"), o filme de terror ("Mary Reilly"), o universo dos pequenos golpistas ("The Griffters / Anatomia do Golpe"), o western contemporâneo ("The Hi-Lo Country / Terra Perdida") ou a realidade da classe operária das Ilhas Britânicas ("A Minha Bela Lavandaria", "O Puto", "A Carrinha" ou este "Liam").

Esta última situação é apanágio das obras que dirige na Europa, onde regressa regularmente, apesar de nos Estados Unidos ser um realizador com uma boa aceitação e um trabalho em continuidade. Na Grã-Bretanha, Frears assina obras mais pessoais, com uma produção menos dispendiosa e de filiação no "realismo social" praticado por cineastas como Mike Leigh ou Ken Loach, de quem é contemporâneo.

"Liam" é um filme típico da "faceta britânica" de Stephen Frears. A diferença é a época em que decorre a acção, a década de 1930. O local é o bairro irlandês de Liverpool. O foco é numa família normal - pai, mãe e três filhos -, cuja fonte de rendimento são os estaleiros locais, onde o pai (Ian Hart, o único actor de algum renome do elenco) trabalha. Quando estes são afectados pela "Grande Depressão", o pai perde o emprego e a situação da família complica-se. Daqui até se deixar fascinar pelos motivos fascistas emergentes à época é um pequeno passo.

Stephen Frears conta esta realidade através dos olhos de Liam (Anthony Borrows), o filho mais novo, com apenas sete anos. Pela sua perspectiva passam fenómenos como o desemprego, o nascimento das ideologias totalitaristas, as complicadas relações familiares ou os excessos e hipocrisias do catolicismo - note-se a relação entre a criança e o padre e a professora e o modo como o cineasta ironiza com a falta de tacto provocada pelo fervor religioso. Registe-se o cariz autobiográfico da narrativa, baseada no livro "The Back Crack Boy", de Joseph McKeown.
Originalmente realizado para exibição televisiva, com o apoio da BBC, "Liam" surpreendeu ao merecer a nomeação para a Competição Oficial do Festival de Veneza, em 2000. Aqui mereceu recepção crítica bastante positiva e dois galardões: o da OCIC (Organização Católica Internacional de Cinema) e o Prémio Marcello Mastroianni para a jovem actriz Megan Burns.

"Liam" não se ressente da sua origem televisiva e da notória escassez de meios. Stephen Frears socorre-se de um elenco praticamente desconhecido mas competente, onde se destaca o "puto" Anthony Borrows, e assina um filme simples e honesto, capaz de emocionar o espectador.
3/5 "

JP

www.netparque.pt

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