terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Puxando os Fios da Trama - Próxima 6ªf, 3 Outubro: Vertigo, de Alfred Hitchcock



Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Puxando os Fios da Trama

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 03 OUTUBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES
Vertigo


Realizador: Alfred Hitchcock
Música: Bernard Hermann
Com: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones, Raymond Bailey, Ellen Corby, Konstantin Shayne, Lee Patrick

Duração: 129 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Mistério/Thriller
País de Origem: EUA
Ano:1958


SINOPSE

“Após um acidente durante uma perseguição, que resulta na morte de um agente da polícia, o detective John Ferguson (Stewart) ganha um forte medo das alturas que o impossibilita de continuar a exercer as suas funções. No final da sua recuperação física, mas possivelmente longe da recuperação emocional, Ferguson é contactado por um amigo que não via há vários anos, Gavin Elster (Helmore), para seguir a sua esposa Madeleine (Novak), assolada por tendências suicidas e com fixação numa mulher que viveu no século passado. Adaptado de "D'Entre les Morts", escrito a pensar em Hitchcock por Pierre Boileau e Thomas Narcejac, autores de "Diabolic", que o realizador lamentou não ter podido adaptar.
Convém ser o mais vago possível na elaboração de uma sinopse de «Vertigo», num capítulo onde já o título português se pode considerar algo inconveniente. Exige-se que não se antecipem as revelações plantadas de acordo com a estrutura concebida por Hitchcock, numa das marcantes inovações apresentadas nesta obra, onde decide revelar à audiência toda a trama antes do personagem central, torturando-o até ao fim do filme, sob o nosso olhar de cumplicidade. Estreado em 1958 e não exibido, por questões legais, durante trinta anos, esta obra-prima voltou às salas em 1996 numa magnífica cópia restaurada.
O personagem de James Stewart é vítima do seu fascínio por uma mulher assombrada por um fantasma, e que pode ela mesma ser um fantasma. O seu amor cedo se transforma em obsessão, devido à acumulação de acontecimentos traumatizantes pelos quais não consegue deixar de sentir culpa, e que conduzem à procura desesperada por essa mulher que, à força, quer fabricar a partir de Judy Barton (Novak, novamente), numa divina sequência do mais simbólico erotismo, e que Hitchcock definiu como "striptease invertido", pois Ferguson aproxima-se da consumação dos seus desejos à medida que a veste e maquilha.
Sem dúvida mais próximo do "filme de fantasmas", iludindo com a inicial premissa de outro género cinematográfico, «Vertigo» brilha desde a fabulosa sequência do título de Saul Bass (falecido no ano do relançamento) sobre a penetrante música de Bernard Hermann, até ao último fotograma projectado. A sequência do sonho ou o plano com a câmara movendo-se 360º em redor do casal - fundindo dois cenários - e a arrojada utilização da cor, são elementos que dão uma força vital à atmosfera semi-surreal do filme.
À estrutura inovadora para a época, junta-se a concepção da técnica que nos permite partilhar a sensação de vertigem com 'Scottie', hoje vulgarmente usada - por vezes de forma gratuita e dispensável - em inúmeros filmes. O efeito do prolongamento vertiginoso do campo de visão obtém-se fazendo "zoom in" ou "out", contrariando essa direcção com o movimento da câmara. Para o movimento de "dolly out, zoom in" nas escadarias da missão, Hitchcock optou por utilizar uma maquette, uma vez que seria demasiado caro construir toda uma estrutura onde a câmara se pudesse movimentar.
Uma excelente oportunidade de rever um filme importantíssimo, verdadeiro marco cinematográfico, ou para o ver pela primeira vez numa cópia que lhe faz justiça. “
www.cinedie.com

A Mulher que Viveu Duas Vezes
Uma obsessão vertiginosa
Envolvido pela espiral da vertigem, o espectador é novamente, em A Mulher que Viveu Duas Vezes, o voyeur privilegiado, ao acompanhar o desespero de um homem apaixonado por uma mulher irreal. James Stewart e Kim Novak são os protagonistas de uma intriga psicológica e complexa, conduzida pelo olhar de Alfred Hitchcock.
Um thriller ou um romance obsessivo? Vertigo/A Mulher que Viveu Duas Vezes (1957) não se define facilmente. Hoje é considerado pela crítica e pelo público a “obra-prima absoluta” de Alfred Hitchcock, mas este complexo filme não foi recebido como tal na sua estreia, no final da década de 60, e Hitchcock ressentiu-se com o seu fracasso. Contudo, o tempo engrandeceu a história do ex-polícia que sofre de vertigens e se apaixona por um fantasma. O realizador Martin Scorsese testemunha-o quando, no documentário Obsessed with Vertigo (…), afirma que, “ao longo dos anos”, o filme exerce uma crescente atracção, “como se fosse um remoinho de obsessão”.
Baseado num romance dos escritores franceses Boileau e Narcejac, o 45.º filme de Alfred Hitchcock intitulava-se, inicialmente, From Amongst the Dead, tradução literal do título do livro. No entanto, a Paramount recusou o título e, assim, surgiu Vertigo, ou seja, “vertigem”, que o dicionário apresenta como sinónimo de “uma sensação de tontura… sentir a cabeça a nadar… no sentido figurativo, um estado em que tudo parece ser engolido por um remoinho de terror”. Mas como traduzir este estado mental e psicológico para o grande ecrã? A resposta do realizador foi uma técnica inovadora que combina zooms para a frente e travellings para trás e permite ao espectador experienciar a angústia da vertigem, ao distorcer a imagem da realidade.
A espiral da vertigem envolve o público desde os primeiros segundos do filme, devido ao genérico abstracto de Saul Bass e à música inspirada em Wagner e Mozart do compositor Bernard Hermann. E é reforçada continuamente pelas imagens do filme, como o caracol no penteado de Madeleine/Carlotta ou as formas circulares no tronco da árvore centenária. Em simultâneo, a intriga constrói uma espiral do tempo, na qual a enigmática Madeleine (Kim Novak) parece mergulhar, arrastando Scottie (James Stewart) atrás de si.
A Mulher que Viveu Duas Vezes foi o quarto e último filme em que Hitchcock e James Stewart colaboraram. Nele, Stewart transforma-se em John Scottie Ferguson, um ex-polícia que é confrontado com uma fobia incurável (o medo das alturas) e, quase ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente por uma mulher. Mas essa paixão revela-se impossível (a amada morre) e torna-se numa obsessão necrófila.
“James Stewart estava apaixonado por um sonho, por uma mulher que nunca existiu”, explicou Kim Novak, numa entrevista em 1981. Referia-se a Madeleine, a personagem que interpreta e que é um reflexo de um fantasma, Carlotta Valdes, cujo destino fatídico parece repetir-se na vida da sua descendente. Quando Madeleine desaparece, Novak reaparece como Judy, uma mulher menos irreal e cativante. Contudo, quando Scottie a vê, percebe de imediato a semelhança de ambas e não resiste à tentação de transformá-la em Madeleine, tal como o próprio Hitchcock fazia com as suas actrizes belas e loiras.
Na verdade, Kim Novak não foi a primeira escolha do realizador para interpretar a dupla Madeleine/Judy. O papel foi pensado para outra loira, Vera Miles, que Hitchcock queria tornar célebre graças a este filme, mas a actriz engravidou e não pôde integrar o elenco. Novak surgiu como alternativa mas o seu trabalho não agradou completamente ao realizador, para quem a actriz tinha demasiadas ideias fixas. Por isso, divertiu-se com o facto de atirá-la várias vezes à água enquanto filmava a cena da tentativa de afogamento.
A Mulher que Viveu Duas Vezes encontra-se no limiar entre o real e o universo onírico. Daí que a luminosidade desempenhe, paralelamente às imagens criadas por Bass e à música composta por Hermann, uma função crucial no filme – quando a imagem fica escura ou desfocada, os personagens são envolvidos pelo passado e pelos seus fantasmas. Esta técnica prende o espectador, mais uma vez voyeur, à intriga e permite a identificação com os sentimentos do protagonista. E o que começa como um thriller psicológico, termina como uma trágica história de amor.

Ana Filipa Gaspar
“Toda a gente que admira A Mulher que Viveu Duas Vezes gosta de Kim Novak nesse filme. Não se vê todos os dias uma estrela americana tão carnal na tela. Quando a voltamos a encontrar na rua, no papel de Judy (…), tem um efeito muito animal devido à maquilhagem e talvez também porque debaixo da sua camisola de malha não usa soutien.”
François Truffaut, realizador e argumentista”
- http://static.publico.clix.pt/coleccoes/hitchcock/03_mulher.asp




Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!

Próxima sessão, dia 10 Outubro 08: Má Educação, de Pedro Almodovar

Cinemascópio: Novo Ciclo Temático já na próxima 6ª feira – Puxando os Fios da Trama





Caros Amigos,

Na próxima 6ª feira, dia 3 de Outubro, o Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos inicia um novo Ciclo, Puxando os Fios da Trama.

Será então esta a programação para o mês de Outubro:

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Puxando os Fios da Trama

3/10: Vertigo, de Alfred Hitchcock

10/10: Má Educação, de Pedro Almodovar

17/10: A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou

24/10: Scoop, de Woody Allen


Esperamos por vós n'
A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!





www.acadeiradevangogh.blogspot.com

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Paul Newman 2

Para mim será sempre Eddie Felson, malabarista vaidoso do bilhar. Herói ingénuo, brilhante e amargurado.
Vi vezes sem conta, em madrugadas ociosas, aqueles salões na penumbra e aquele sorriso de desafio:
"How can I lose?"

domingo, 28 de setembro de 2008

Paul Newman



27/09/08

"estou deitado sobre a minha ausência,
como poderia estar deitado se existisse.
amanhã as ondas imitar-me- ão na praia"
-José Luís Peixoto

O Senhor dos mais belos olhos azúis!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Amanhã, 6ªf, 26 Setembro: Cinemascópio - Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo: A Sede do Mal, de Orson Welles



Amanhã, 6ªf, 19 Setembro: Cinemascópio - Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo: A Sede do Mal, de Orson Welles


Contamos com a vossa presença, amanhã! :)

Próxima sessão, dia 03 Outubro 08: Vertigo, de Alfred Hitchcock

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo - Próxima 6ªf, 26 Setembro: a Sede do Mal, de Orson Welles


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 26 SETEMBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

A SEDE DO MAL
Touch of Evil

Realizador: Orson Welles
Argumento e Diálogos: Orson Welles
Baseado no romance
"Badge of Evil" de W. Masterson
Música: Henry Mancini
Com:
Orson Welles
Hank Quinlan
Charlton Heston
Mike Vargas
Janet Leigh
Susan Vargas
Akim Tamiroff
"do" Grandi
Marlene Dietrich
Tanya
Joseph Calleia
Pete Manzines
Joanna Moore
Marcia Linnekar
Ray Collins
Adair
Victor Millan
Manelo Sanchez



Duração: 108 minutos, PB
Classificação: M/16
Género: Crime / Thriller
País de Origem: EUA
Ano: 1958


SINOPSE
Ramon Miguel Vargas é um chefe de polícia mexicano que se encontra em luade- mel com a mulher Susan Vargas no México, numa pequena cidade perto da fronteira dos Estados Unidos. Quando um assassinato ocorre, os conceitos de ética policial de Ramon confrontam-se directamente com os de Hank Quinlan, um corrupto capitão da polícia local.
www.cm-tvedras.pt

“Orson Welles é um dos maiores cineastas de sempre. Ainda que esta não seja a sua melhor obra, é no entanto um filme de grande valor. O realizador torna genial uma história aparentemente trivial.

Muitos foram os problemas que esta película teve. Depois de terminada a edição por parte de Orson Welles, o estúdio decidiu contratar outro realizador para filmar mais umas pequenas cenas. Depois de ver o resultado, Welles escreveu um memorando com 58 páginas pedindo para que fossem feitas alterações para que o filme correspondesse ao inicialmente previsto por ele. Daí existirem duas versões no mercado: a versão do estúdio e a versão Director’s cut, que Orson Welles realmente idealizou.

Só na primeira cena do filme diz-se que foi gasto todo o orçamento da produção: cerca de 3 minutos num só take, percorrendo um vasto espaço de uma cidade fronteiriça com o México, terminando com uma explosão num veículo que determina o rumo da história do filme. Charlton Heston é o agente Vargas, mexicano, e Orson Welles é Quinlan, agente americano. Os dois polícias agem de forma a encontrar o culpado pela explosão, mas rapidamente entram em conflito havendo corrupção, negligência policial e crime organizado ao barulho.

Um filme interessante, com boas interpretações e uma história cativante, majestosamente encenada por Orson Welles. O filme que marca o fim do período dos filmes Noir, os policiais carregados de suspense e femmes fatales, característicos da época.”
www.rascunho.net - Carlos Moreira, 2005



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!

Próxima sessão, dia 03 Outubro 08: Vertigo, de Alfred Hitchcock


pintar.sete@gmail.com

www.acadeiradevangogh.blogspot.com

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Amanhã, 6ªf, 19 Setembro: Cinemascópio - Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo: Macbeth, de Orson Welles



Contamos com a vossa presença, amanhã! :)

Próxima sessão, dia 26 Setembro 08: A Sede do Mal, de Orson Welles

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Dimensão

Joe: "You're Norma Desmond... You used to be in silent pictures. You used to be big."

Norma: "I am big. It's the pictures that got small."

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo - Próxima 6ªf, 19 Setembro: Macbeth, de Orson Welles


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 19 SETEMBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

MACBETH
Macbeth

Realizador: Orson Welles
Argumento: Orson Welles, a partir do romance de Booth Tarkington
Fotografia: Stanley Cortez
Música: Bernard Herrmann
Com: Orson Welles, Jeanette Nolan, Dan O'Herlihy, Roddy McDowall, Edgar Barrier

Duração: 107 minutos, PB
Classificação: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1948

SINOPSE
Esta adaptação filmada ao estilo austero, mas expressivo, de Welles que fizeram dele um dos maiores mestres da sétima arte, resiste à passagem do tempo e continua a ser exibido regularmente em cinematecas de todo o mundo.
A trama de ambição cega e conflitos internos de um homem atormentado e dividido continuam a ser um tema actual; os cenários surrealistas que tão bem se enquadram no imaginário da obra de Shakespeare, bem como os ângulos de filmagem estranhos escolhidos por Welles e os fatos originais das personagens fazem Macbeth um dos mais originais trabalhos cinematográficos de todos os tempos e uma obra fundamental na cultura de qualquer cinéfilo ou apreciador do famoso poeta de Stratford-upon-Avon.
www.dvdpt.com


Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!

Próxima sessão, dia 26 Setembro 08: A Sede do Mal, de Orson Welles




www.acadeiradevangogh.blogspot.com

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo - Próxima 6ªf, 12 Setembro: O Quarto Mandamento, de Orson Welles


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 12 SETEMBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

O Quarto Mandamento
The Magnificent Ambersons

Realizador: Orson Welles
Argumento: Orson Welles, a partir do romance de Booth Tarkington
Fotografia: Stanley Cortez
Música: Bernard Herrmann



Com:
Joseph Cotten – Eugene Morgan
Dolores Costello – Isabel Amberson
Tim Holt – George Amberson
Agnes Moorehead – Fanny Amberson

Duração: 88 minutos, PB
Classificação: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1942

SINOPSE
"Quem teve a audácia de apresentar um filme tão radicalmente contrário ao studio system como foi “O Mundo a Seus Pés”, teria, certamente, problemas com o filme seguinte. E que dificuldades Orson Welles encontrou para acabar “O Quarto Mandamento/The Magnificent Ambersons”, mais uma extraordinária proposta da colecção Clássicos-Público.
O local é o Midwest americano, em plena viragem de século. Os Ambersons são uma das mais respeitadas famílias locais. Têm pergaminhos, dinheiro velho e uma rapariga, Isabel, ansiosa por casar. O seu escolhido é Eugene (Joseph Cotten) que, num momento menos bom, acaba por fazer uma figura ridícula, levando a que a sua amada o troque por outro. Anos depois, Eugene volta como um viúvo mas próspero e rico inventor, ligado ao ramo automóvel. Consigo traz Lucy, sua filha, que se apaixona perdidamente por George, filho de Isabel que, entretanto, também enviúva. Só que George impede a união entre Eugene e a mãe…
O filme divide-se, claramente, em três partes. A inicial, em que conhecemos a família na sua fabulosa mansão e no auge do seu poder; depois, o declínio; e, na terceira e última parte, a redenção de George, o herdeiro da família. Ao longo da fita, torna-se óbvio que o que está em causa é um choque social profundo. É que não se trata apenas do clássico “dinheiro velho” versus “novo rico”, mas algo mais intenso: a diferença entre uma sociedade/família apegada ao passado/sec.XIX e, uma outra, que já abraçou os valores contemporâneos/sec.XX. Nem de propósito, o elemento de transição, a chave para a nova fortuna, é um objecto que implica mudança e movimento: o automóvel, símbolo do novo século. Por outro lado, a enorme escadaria entre o rés-do-chão e o primeiro andar da mansão é outra metáfora sobre os desníveis sociais.
Quando terminou as filmagens, Orson Welles tinha um filme com 131 minutos. Mas teve que ir à América do Sul fazer um documentário para acompanhar o ‘esforço de guerra’. Resultado: após um screen test, a RKO cortou para… 88 minutos. Muito do mito de Welles nasceu aqui. Há quem diga que a versão final era extraordinária e que, algures, ainda está guardada a versão longa… Mas não foi só isso. O realizador abusou nos cenários, abusou da paciência dos produtores e da firma e os conflitos rebentaram. E, se já tinha fama de ser um tanto selvagem, o final da produção deste filme só ajudou à fama…
Apesar de tudo, a visão e o virtuosismo de Welles marcam presença indelével: os planos, originais à época, o uso inteligente dos contrastes de luz, a opção por um cenário para toda a casa e não de um set para cada sala da mansão são exemplos claros da marca do visionário que Orson Welles era em 1942.
As interpretações estão a cargo de actores vindos dos tempos em que o realizador estava no “Mercury Theater Rádio”, incluindo Joseph Cotten. Não há, por isso, estrelas de primeira grandeza. Mas as interpretações são de primeira água, com destaque para Cotten, mas, também, Tim Holt como ‘George’ e Dolores Costello como ‘Isabel’. O filme foi candidato a quatro Óscares e permanece, ainda hoje, um clássico. "
http://ovilacondense.blogspot.com
O QUARTO MANDAMENTO

“De que maneira o excesso de mimo concedido a uma criança – menino estragado pelo puro e verdadeiro desvelo de uma mãe (demasiado?) amante – pode marcar o destino de toda uma família? O segundo filme do jovem Orson Welles, figura celebrizada por uma emissão de rádio-ficção alusiva à invasão do planeta por extra-terrestres e por uma primeira obra bafejada pela fama, parece ser um segundo ensaio sobre um tema que era já chave do celebrado MUNDO A SEUS PÉS, a saber: os factos da infância como grades de prisão futura da nossa conduta ética e da nossa vivência estética. Por outras palavras, tanto Charles Foster Kane (protagonista do primeiro filme) como George Minafer Amberson (protagonista do segundo), ambos personagens poderosas – tanto no sentido de exercerem o poder como no sentido de, embora odiosos, possuirem um grande poder de atracção – crescem agarrados à estaca de uma primeira imagem e dificilmente conseguem enxertar-se noutros troncos, mais robustos ou mais ágeis.
Entre o pico da arrogância dos Amberson e o pico da sua decadência, ergue-se uma cidade e contrói-se uma nova sociedade. Se lermos a história dos esplendorosos Amberson como antífrase da prosperidade da América, importa sublinhar que os próprios artífices dessa prosperidade – neste caso, o bem sucedido inventor e fabricante de automóveis, desempenhado por Joseph Cotten – estão conscientes dos seus perigos e temem genuinamente a mudança para a qual trabalham (como se percebe na cena da altercação entre o filho mimado e o velho namorado de Isabel), porventura ao contrário do que acontecia com os antigos senhores da terra, que reinavam sobre os seus conterrâneos como se a superioridade de classe fosse de pedra e cal. São talvez as próprias dúvidas de Welles quanto ao progresso que se plasmam na atitude da sua personagem, ele que viveu a vida inteira dividido entre a antiga arte do teatro, herdada do Velho Mundo, e a nova arte do cinema, instrumento de dominação cuja força contribuirá para a hegemonia do Novo Mundo.
Mas O QUARTO MANDAMENTO pode ser lido de mil e uma outras maneiras: experiência radical sobre as possibilidades expressivas da cenografia de estúdio; experimentação sem precedentes da conjugação entre ópticas arrojadas e uma fotografia altamente contrastada; discurso sobre o poder de significação das estruturas arquitectónicas e dos objectos que as mobilam, em difícil contracena com os seus utentes os quais mais parecem fantasmas histéricos do que humanos; inolvidável galeria de retratos de personagens que não são capazes de deixar de amar-se e contudo mais não fazem do que magoar-se e destruir-se umas às outras.
Welles começou como contador de histórias e jamais deixou de assumir-se como tal. Que grande falta nos fazem os seres como ele que têm esse dom de nos colar à cadeira, mesmo quando nos julgamos demasiado ocupados ou preocupados para emprestar uma orelha à temperatura duma voz, ao pulsar da língua, ao sopro de sentidos que as palavras contêm?”
www.serralves.pt



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!´

Próxima sessão, dia 19 Setembro 08: Macbeth, de Orson Welles



www.acadeiradevangogh.blogspot.com

História

Esta cena acontece logo no início do aclamado Citizen Kane: é um pequeno flash noticioso sobre a vida do grande magnata dos media.
Orson Welles
aqui, todo caracterizado, estreia-se aos 25 anos (!) na realização de uma longa-metragem. O actor, de microfone na mão, interpreta o repórter inexperiente que entrevista Kane aquando da sua chegada da Europa.

Ora, o actor é nem mais nem menos que Gregg Toland - conceituadísso director de fotografia que na altura se ofereceu para trabalhar com aquele rapaz, recém chegado de Nova Yorque, que nunca tinha posto os pés num set...

E juntos fizeram história.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo - Próxima 6ªf, 5 Setembro: Citizen Kane/ O Mundo a Seus Pés, de Orson Welles


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Câmara Welles: Perspectiva do Mundo

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 5 SETEMBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto
(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

O Mundo a Seus Pés
Citizen Kane

Realizador: Orson Welles
Com: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Ray Collins, George Coulouris, Agnes Moorehead, Ruth Warrick, Erskine Sanford, Everett Sloane

Duração: 119 minutos
Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1941

SINOPSE
"O Mundo a Seus Pés" de Orson Welles, revela a fascinante história de um magnata cuja grande paixão é o jornalismo e conquistar o amor de todos os que o rodeiam. Com o mundo a seus pés, ele consegue tudo o que o dinheiro pode comprar mas não o amor que parece não saber conservar, terminando na mais completa solidão. Um filme que quebrou com todas as regras do cinema e que introduziu outras completamente inéditas, dando-lhe uma força, que não deixa o espectador indiferente e que lhe conquistou um lugar de topo no mundo do cinema. “
www.dvdpt.com

" Um acontecimento que se renova, este é o filme emblemático de um cineasta, Orson Welles, que os autores da Nova Vaga reconheceram como o que mais vocações despertou no (e para o) cinema moderno.

Valerá a pena, por isso mesmo, sublinhar que não estamos perante um objecto «de museu», sobretudo se entendermos tal classificação no sentido negativo de algo que ficou parado na quietude do tempo e só pode falar do seu «passado». «O Mundo a Seus Pés» é, obviamente, um dos mais extremos objectos de reinvenção formal que a história do cinema regista mas, mais do que isso (e através disso), é também um espantoso mergulho na complexidade dessa prática - a informação - que o nosso século desenvolveu de forma radical.

Que é, então, informar no mundo de Charles Foster Kane? Ou, mais do que isso, o que é a imprensa neste filme rasgado por olhares jornalísticos? É, antes do mais, uma arte contraditória de devolver o real e de o reconverter, de o confirmar e de o alterar. Querem mais moderno?"

João Lopes -www.cinema2000.pt



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!´

Próxima sessão, dia 12 Setembro 08: O Quarto Mandamento, de Orson Welles



www.acadeiradevangogh.blogspot.com