quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando - Próxima 6ªf, 25 de Setembro: O Selvagem, de Lázló Benedek


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 25 Setembro.2009 - 21H45

Mede Vinagre (antiga Casa Morgado)
Rua de Morgado de Mateus, nº51
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)


ENTRADA LIVRE


O Selvagem
The Wild One

Realizador: László Benedek

Com:
Marlon Brando .... Johnny Strabler
Mary Murphy .... Kathie Bleeker
Robert Keith .... Xerife Harry Bleeker
Lee Marvin .... Chino
Jay C. Flippen .... Xerife Stew Singer
Peggy Maley .... Mildred
Hugh Sanders .... Charlie Thomas

Duração: 79 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1953


SINOPSE

“O Selvagem é hoje um clássico do melhor cinema de todos os tempos.
Marlon Brando interpreta o papel de Johnny, o líder dum grupo de jovens inconformistas e desordeiros que invade uma pequena cidade da Califórnia com as suas motas. Kathie (Mary Murphy), uma rapariga local, fará com que Johnny comece a ver as coisas doutra forma.
Mas, quando Johnny está disposto a mudar, vai ter que enfrentar a incompreensão de todos e, principalmente, Chino (Lee Marvin), o seu pior rival.”

“O mito Marlon Brando deve a sua génese a uma combinação de dois ou três filmes, entre os quais se encontra este pequeno clássico sobre motociclistas, um dos primeiros (senão o primeiro, pelo menos em Hollywood) a associar o uso de motos e blusões de cabedal à rebeldia social. Brando representa o papel de Johnny, lider do Black Rebels Motorcycle Club (BRMC). A história é baseada em factos reais ocorridos em 1947, quando 4 mil membros de um clube de motociclistas fizeram uma concentração de três dias em Hollister, na Califórnia. Como era de se esperar, alguns deles meteram-se em pequenas confusões e acabaram detidos pela polícia local. Para tentar resgatar o episódio e valendo-se de uma dose de sensacionalismo, a imprensa local produziu uma fotografia em que algumas pessoas apareciam sobre motos, que por sua vez estavam rodeadas de garrafas de cerveja vazias. Pronto, isso bastou para que os norte-americanos considerassem, de forma generalizada, a moto como um sinónimo de juventude rebelde.”

http://cavaloalado.blogs.sapo.pt/10058.html



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: Mede Vinagre

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando –Amanhã, 6ªf: Breakfast on Pluto, de Neil Jordan







Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 18 Setembro.2009 - 21H45
no
Mede Vinagre (antiga Casa Morgado)
Rua de Morgado de Mateus, nº51
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)


ENTRADA LIVRE


Breakfast on Pluto
Breakfast on Pluto

Realizador: Neil Jordan
Com: Cillian Murphy, Liam Neeson, Ruth Negga, Laurence Kinlan, Stephen Rea, Brendan Gleeson.

Duração:123 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: Irlanda/Reino Unido
Ano: 2005


Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

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Próxima sessão, dia 25 Setembro 09: O Selvagem, de Lázló Benedeck

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando - Próxima 6ªf, 18 de Setembro: Breakfast on Pluto, de Neil Jordan


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 18 Setembro.2009 - 21H45

Mede Vinagre (antiga Casa Morgado)
Rua de Morgado de Mateus, nº51
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)


ENTRADA LIVRE


Breakfast on Pluto
Breakfast on Pluto

Realizador: Neil Jordan
Com: Cillian Murphy, Liam Neeson, Ruth Negga, Laurence Kinlan, Stephen Rea, Brendan Gleeson.

Duração: 123 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: Irlanda/Reino Unido
Ano: 2005


SINOPSE

Abandonado em bebé à porta de uma igreja na Irlanda, Patrick "Kitten" Braden (Cillian Murphy) desde cedo sobreviveu a uma realidade hostil graças ao seu encanto e à recusa em deixar alguém alterar a sua maneira de ser - um jovem desenquadrado do mundo que o rodeia e, principalmente, do seu corpo, o que o torna muito mais que um homossexual ou um travesti. Com a acção situada em Londres dos anos 70, "Breakfast on Pluto" dá-nos a conhecer a vida de Kitten e a sua busca incessante do amor e da verdadeira mãe, enquanto que, perdido, se vai envolvendo nos meandros da música, do ilusionismo, da prostituição e até do IRA.
Escrito e realizado por Neil Jordan - cineasta galardoado com Óscar -, o filme adapta de forma mágica e única o encantador romance de Pat McCabe e conta com uma brilhante interpretação de Cillian Murphy e ainda com desempenhos dos consagrados actores Liam Neeson, Stephen Rea e Brendan Gleeson.

www.dvdpt.com



“Depois de “The Butcher Boy” (1997), Neil Jordan adapta novamente um romance de Pat McCabe, desta feita contando a história de Patrick ‘Kitten’ Braden, na Irlanda/Londres dos anos 70, em plena convulsão social (à semelhança de “The Crying Game”, 1992, mistura também as questões de identidade sexual).

“Breakfast on Pluto” é um conto de fadas que começa com um par de melros a conversar enquanto debicam o leite poisado do lado de fora da porta.

Deixado à porta da casa de um padre na aldeia irlandesa de Tyreelin, Patrick (Cillian Murphy) é criado por uma mãe adoptiva Ma Braden (Ruth McCabe) que nunca compreendeu o seu gosto por roupas femininas. No final da adolescência, Patrick - já sob o nome de Kitten - parte para Londres em busca da mãe (Eva Birthistle), da qual pouco mais sabe do que as suas parecenças com a actriz Mitzi Gaynor. Na estrada, Kitten conhece uma banda chamada "The Mohawks" e apaixona-se perdidamente pelo vocalista Billy Hatchet (a estrela de rock britânica Gavin Friday). Este primeiro amor, tal como todos os outros, serão apenas um reflexo do que Kitten quer para si própria: ser amada exactamente como nas canções pop, mais concretamente como em “Honey” de Bobby Goldsboro (o título “Breakfast on Pluto” provém da canção “King of the London Buskers”de Don Partridge).

Kitten é ingénua e pura, seduzindo pela sua vulnerabilidade e tornando irresistível querer protegê-la. Os olhos penetrantes de Cillian Murphy também ajudam. Sem se importar se vive ou morre, Kitten acaba por viver uma vida de liberdade, tornando-se até assistente de mágico (Stephen Rea). Mas, mesmo apesar de todos os contratempos, alguns deles bastante violentos, Kitten mostra-se invencível. E nesta sobreposição do pessoal e do político, Kitten mostra-se inabalável, quer na sua identidade quer no seu ódio pela violência. Apesar do excesso de características heróicas acabar por retirar peso dramático à personagem, coloca-nos ainda mais no plano da fantasia, onde a realidade se mostra apenas em breves interlúdios.

Cillian Murphy carrega às costas esta história contada em capítulos, como um diário. A sua interpretação é excelente e completamente absorvente, conseguindo ser extremamente feminino sem ser afectado. Ao seu lado está a expressividade subtil de um Liam Neeson e a presença magnética de Brendan Gleeson. Um encontro de Kitten em Londres com Mr. Silky String permite-nos encher os olhos (à falta dos ouvidos) com Bryan Ferry.

O que nos fica de Kitten, e um pouco à laia de lição, é todo o seu optimismo, a sua entrega ao amor, incondicional de cada nova vez, onde os sofrimentos passados não corrompem a melhor ingenuidade. E onde, como canta Dusty Springfield em “The Windmills of your Mind”, a vida é uma ininterrupta roda, onde, em todos os momentos, temos o dever de ser felizes.”

http://cinerama.blogs.sapo.pt/



“Há quem já tenha pisado a Lua e pensado que dava um passo de gigante para o avanço da humanidade. A seguir a esse momento de felicidade, porém, houve quem regressasse à Terra e à repetitiva gravidade para não mais a largar.

Repetição e gravidade são conceitos que Patrick Braden (soberbamente interpretado por Cillian Murphy) não conhece. Bem pelo contrário, passa boa parte dos minutos do outro lado, onde talvez faça mais frio, mas num esconderijo onde pode sorrir sem lhe perguntarem porquê. Não conseguiu muitas inscrições nos capítulos dos manuais escolares mas deu um passo de gigante ao encontro daquela idade que outrora se chamou humana.

Breakfast On Pluto, a mais recente produção de Neil Jordan, conta-nos uma estória que bem poderia começar com um ‘Era uma vez’. Patrick Braden, ou melhor, Patricia 'Kitten', segundo demanda pessoal, foi abandonado em bebé à porta da habitação de um padre na conflituosa Irlanda dos anos 70 e cresceu ligando-se, apenas a espaços, ao mundo dos terços, das balas e demais castelos de areia.

Dois tordos em amena cavaqueira prenunciam sarilhos. Não se enganam. 'Kitten' descobre-se num corpo parco em atributos femininos e decide juntar-lhe alguma cor. Fê-lo em boa hora. Uma sombra daqui, um baton dali... et voilá, tudo melhora e ganha sentido. Liguem-se as luzes, os motores das caravanas e afinem-se as cordas vocais. Anda carrossel, que se faz tarde! É tempo de partir para Plutão, quero lá chegar à hora do pequeno almoço. O mundo de ‘Kitten’ é delicioso, espacial, honesto e grande, muito grande.

Ainda lhe pesavam os sapatos de salto alto, que o calçavam à socapa, e já defendia com unhas e dentes, diante de várias frentes frias e Adamastores, uma identidade. Voz de vidro, olhos de ceú, coração de gente. Se às vezes parecer perdido não se importem porque logo subirá para o colo de uma mota que compreende o seu sorriso e far-se-á à estrada. ‘Kitten’ perde algumas batalhas pelo caminho, sobretudo por causa da extrema necessidade de afecto.

As esquinas escondem escadas para sítios desconhecidos e sucedem-se em velocidade de espectáculo, ao ritmo alucinado dos capítulos de um diário leviano que se lê sem pestanejar. Em cada uma, ‘Kitten’ recebe o testemunho do ‘estafeta’ anterior e não pergunta se pode subir... a ‘escada’. Sobe e pronto. Não importa onde vai chegar, importa chegar a algum lado. Cansada dos puxões de orelhas, parte em busca da figura da mãe, que tinha sido 'engolida' por Londres, onde tudo se oferece e se retira com o mesmo estalar de dedos.

Adaptado do romance de Pat McCabe, Breakfast On Pluto apresenta uma banda sonora com alguns apontamentos interessantes mas ganha sobretudo pela fantástica interpretação de Cillian Murphy, a lembrar o frágil pino que fica de pé depois do ataque feroz da bola de bowling. Uma das personagens mais ricas em termos de vivência emocional que nos últimos tempos encheram as objectivas.

A película é um desfile de ilusionistas, discotecas, lutas armadas, prostituição e viagens só de ida pelos (en)cantos do Universo do coração. 'Kitten' compra todos os bilhetes e faz todas as viagens. Viaja ao sabor do vento, como uma pena, caindo quando e onde as rajadas permitem. Aqui, além, acolá, tanto faz. Quem precisa de relógio quando não vive no tempo?”

Pedro José Barros, 2006 - www.rascunho.iol.pt/critica.php?id=901



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Próxima sessão, dia 25 Setembro 09: O Selvagem, de Lázló Benedeck


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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando – Hoje, 6ªf, 11 de Setembro: O Veredicto, de Sidney Lumet



Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 11 Setembro.2009 - 21H45

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O Veredicto
The Verdict

Realizador: Sidney Lumet
Com: Paul Newman, James Mason, Jack Warden, Milo O'Shea, Charlotte Rampling

Duração: 124 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1982

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando - Próxima 6ªf, 11 de Setembro: O Veredicto, de Sidney Lumet


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 11 Setembro.2009 - 21H45

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Rua de Morgado de Mateus, nº51
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O Veredicto
The Verdict

Realizador: Sidney Lumet
Com: Paul Newman, James Mason, Jack Warden, Milo O'Shea, Charlotte Rampling

Duração: 124 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 1982


SINOPSE
“O Veredicto” é um drama de tribunal escrito por David Mamet (“Manobras na Casa Branca”) e realizado por Sidney Lumet (“12 Homens em Fúria”) que apresenta o galã Paul Newman no papel de Frank Galvin, um advogado alcoólico e decadente. O seu antigo sócio Mickey Morrissey (Jack Warden) relembra-o das suas obrigações para com o caso que ele próprio lhe entregou “de bandeja” sobre uma situação de negligência médica. Todas as partes estão prontas para chegar a acordo, mas Galvin vê ali a sua hipótese de recuperar a sua auto-estima e decide avançar contra um poderoso grupo, defendido pelo astuto advogado Edward J. Concannon (James Mason). O filme teve cinco nomeações para os Óscares (melhor filme, realizador, actor, actor secundário e argumento adaptado) e muitos esperavam que a Academia entregasse a Newman a estatueta dourada. Contudo foi Ben Kingsley, pelo seu papel em “Gandhi”, de Richard Attenborough, a levar o prémio para casa. Newman teve de esperar por 1987 para ser distinguido pelo seu trabalho em “A Cor do Dinheiro”, de Martin Scorsese.

http://cinecartaz.publico.pt/filme.asp?id=78125


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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando – Hoje, 6ªf: Caminho Solitário, de Zhang Yimou







Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 04 Setembro.2009 - 21H45
no
Mede Vinagre (antiga Casa Morgado)
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Caminho Solitário
Qian li zou dan qi

Realizador: Zhang Yimou
Com: Ken Takakura, Shinobu Terajima, Kiichi Nakai, Jiamin Li, Lin Qiu, Jiang Wen, Ken Nakamoto, Li Bin Li, Ziliang Chen, Zhezhou He

Duração: 107 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: China, Hong-Kong, Japão
Ano: 2005



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Próxima sessão, dia 11 Setembro 09: O Veredicto, de Sidney Lumet



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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cinemascópio: Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando - Próxima 6ªf, 4 de Setembro: Caminho Solitário, de Zhang Yimou



Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Faz-se Caminho, Caminhando

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 04 Setembro.2009 - 21H45

Mede Vinagre (antiga Casa Morgado)
Rua de Morgado de Mateus, nº51
4000-334 Porto

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Caminho Solitário
Qian li zou dan qi

Realizador: Zhang Yimou
Com: Ken Takakura, Shinobu Terajima, Kiichi Nakai, Jiamin Li, Lin Qiu, Jiang Wen, Ken Nakamoto, Li Bin Li, Ziliang Chen, Zhezhou He

Duração: 107 minutos

Idade: M/12
Género: Drama
País de Origem: China, Hong-Kong, Japão
Ano: 2005

SINOPSE

Pela primeira vez em muitos anos, Takata Gou-ichi sai da pacata vila de pescadores em que vive e parte no comboio em direcção a Tóquio. A sua nora, Rie, telefonara-lhe a avisar que o seu filho, Ken-ichi, estava seriamente adoentado e a chamar pelo pai no seu leito de morte. No entanto, quando Takata chega à metrópole ele descobre que as palavras de Rie não eram exactamente verdadeiras. Ken-ichi está de facto acamado no hospital, mas recusa-se a ver o pai, com quem havia brigado muitos anos antes. Devastado, Takata recebe de Rie uma fita contendo imagens de um vídeo realizado por Ken-ichi, cujas imagens o conduzem a uma intensa jornada de autodescoberta.

www.cineteka.com

Riding Alone For Thousands of Miles”, é uma popular estória chinesa que narra a épica aventura do general Guan Yu, que percorreu um longo caminho para se reunir com o amigo a quem tratava como irmão, o senhor da guerra Liu Bei. O conto está retratado na obra literária do século XIV, “Romance of the Three Kingdons”, de Luo Guanzhong. O título tenta traçar um certo paralelo entre a lenda e a tentativa de “Takata” em completar os desígnios do seu filho, aumentando desta forma as suas hipóteses de reconciliação com aquele.
Pessoalmente entendo que as longas-metragens que lidam com conflitos familiares, têm uma potencialidade intrínseca para tocar os nossos corações. Quando se trata de um pai e de um filho, a comoção torna-se maior, não sei porquê. Talvez por achar que tenho uma excelente relação com os meus pais, com os naturais altos e baixos, e não conseguir imaginar viver uma situação como a de “Takata” e do seu filho “Kenichi”. Sou capaz de superar, como já o fiz, um desaguisado amoroso. Mas quando entro em conflito com quem me deu vida, mesmo tendo razão, não presto para mais nada e passo o tempo todo a pensar nisso. Foi por essa mesma razão que quando li pela primeira vez a sinopse de “O Caminho Solitário”, fiquei com a nítida sensação que a película não me iria ser indiferente. Tendo então Zhang Yimou como realizador, este pensamento era quase uma certeza. Não me enganei.
A “performance” dos actores é de um elevadíssimo nível, ainda para mais quando temos várias personagens que não são representadas por profissionais, mas por aldeões da zona de Lijiang. Como é natural, quem brilha mais é Ken Takakura, o protagonista da estória. Em vez de proferir a minha opinião, porque não expor o pensamento de alguém com verdadeira autoridade no assunto:
“Ken Takakura é o meu ídolo. Ele é o ídolo de uma geração inteira de chineses. Mesmo hoje ele permanece como o meu ídolo, tanto no ecrã, como na vida real. Eu adoro a sua personalidade. Uma vez eu disse que uma boa performance com lágrimas era um requisito básico para os actores. Contudo, Ken Takakura nunca chora nos filmes que protagoniza. Mais tarde apercebi-me que as suas actuações demonstravam um diferente tipo de choro, o do coração. O sofrimento é uma espécie de choro, mas o choro invisível do coração é mais apelativo e tocante. Eu gosto da sua performance discreta e reservada. É necessário emoções e sentimentos fortes para representar desta forma, mas ao mesmo tempo é preciso controlar essas mesmas emoções e sentimentos. Até agora, nunca encontrei ninguém na China que fosse capaz de fazer isto.”
Dito pelo próprio Zhang Yimou. A opinião emitida acerca do lendário actor japonês foi brilhantemente declamada numa entrevista ao “China Daily”, na estreia mundial de “O Caminho Solitário” em Lijiang, cidade que fica próxima da aldeia onde decorre grande parte do filme.
“O Caminho Solitário” prima pelo realismo incutido nas premissas por onde navega. Podemos sentir perfeitamente o silencioso sofrimento de um pai que só se apercebe realmente do quanto o filho significa para ele, quando se apercebe que vai perde-lo para sempre. Ken Takakura é o actor ideal para transmitir o tal “choro invisível, apelativo e tocante”, tão elevado por Yimou. A sua aparência dura e fria dá mais significado às fragilidades evidenciadas quando as coisas não lhe correm tão bem na busca pela actuação do cantor “Li Jiamin”. Percebe-se perfeitamente o porquê de muitos afirmarem que o papel de “Takata” foi escrito com o pensamento em Ken Takakura. O toque final é dado pelas interpretações dos já mencionados nativos chineses, fazendo com que sintamos que não estão a representar. Verdadeiramente estão a ser eles próprios, ou seja, autênticos.
A ideia de redenção está presente, quando no meio dos altos e baixos da demanda de “Takata”, surge o relacionamento com o pequeno “Yang Yang”, o filho do cantor “Li Jiamin”, que este nunca conheceu. “Takata” contribui, na sua singela maneira, para uma aproximação de ambos. No fundo funciona como um elo, não completamente desinteressado, que tenta evitar um afastamento semelhante ao que assombra a sua vida. A apresentação das fotografias de “Yang Yang” ao pai, é um momento de superior comoção e de grande cinema.
Um dos aspectos mais fascinantes do filme passa pelo confronto cultural, no bom sentido. “Takata” é um japonês que se encontra imerso numa China rural, onde não entende a língua dos habitantes, possuindo um pseudo-traductor que não ajuda muito neste particular. Provém de um país democrático, com uma vertente bastante ocidental, que se confronta com os aspectos particulares de uma república “musculada”, entre os quais a burocracia e o controle. Apesar das naturais dificuldades, a interpenetração cultural funciona muito bem, e a amizade e respeito nasce entre os representantes de ambos os povos, unidos por problemas que superiorizam qualquer língua ou postura social.
“O Caminho Solitário” é ideal para quem prefere a faceta de Yimou relacionada com os dramas existencialistas, na linha de outros filmes do realizador tais como “Nenhum a Menos” ou “O Caminho Para Casa” (para falar dos mais recentes). Para aqueles que preferem a fase de Yimou relacionada com a sua trilogia de “Wuxia” (“Herói”, “O Segredo dos Punhais Voadores” e “A Maldição da Flor Dourada”), o filme que presentemente se analisa não dirá assim tanto. Para mim e para outros leitores deste blogue, que apreciamos ambas as vertentes do realizador, “O Caminho Solitário” constituirá mais um argumento para elegermos Yimou como um dos melhores realizadores de sempre.
Sob o signo da ternura e amor parental, Zhang Yimou presenteia-nos com mais um tratado verdadeiramente humanista em toda a acepção da palavra. Pelo exposto, apenas só tenho de recomendar vivamente “O Caminho Solitário”. Principalmente a pais e filhos que têm uma tendência para a incompreensão mútua…”

http://shinobi-myasianmovies.blogspot.com


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