quarta-feira, 29 de outubro de 2008


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Intervalo Animado

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 31 OUTUBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

A Princesa Mononoke
Mononoke Hime

Realizador: Hayao Myiazaki
Com as vozes de: Matsuda Yoji, Ishida Yuriko, Tanaka Yuko, Kobayashi Kaoru, Nishimura Masahiko, Kamijo Tsunehiko, Shimamoto Sumi, Watanabe Tetsu
Duração: 133 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: drama /romance/ época /fantástico /anime/ animação
País de Origem: Japão
Ano:1997

SINOPSE
"Japão, durante a Era Muromachi (1333-1568). Ao defender o seu povo do ataque de um javali gigante, o jovem Ashitaka é vítima de uma maldição; o contacto com o animal deixa-lhe uma marca no braço direito, cuja expansão só terminará com a sua morte. A vidente da aldeia aponta-lhe o caminho a seguir. Deve abandonar os Emishi, para nunca mais voltar, procurando a fonte do mal que transformou o animal, um deus-javali, numa besta sanguinária descontrolada. O destino de Ashitaka é tentar ver com olhos não velados pelo ódio a razão da "corrupção" do deus. A sua viagem leva-o à Tataraba, a Cidade do Ferro, governada por Eboshi, uma mulher tão decidida a defender os seus protegidos, como a usar os recursos da floresta para seu benefício. Eboshi tem de lidar com as investidas dos samurais do Senhor Asano e de negociar com Jiku, um agente do imperador, que procura a cabeça do Deus da Floresta, o Shishigami, à qual se atribuem poderes de vida eterna. Ashitaka conhece também San, uma rapariga criada por Moro, uma deusa-loba, que procura matar Eboshi, para pôr cobro ao processo de destruição da floresta. "

www.asia.cinedie.com/mononoke_hime.htm


"Que tipo de filmes animados teria Walt Disney feito se tivesse nascido japonês em vez de americano? E que tipo de filmes teria Hayao Miyazaki feito, se em vez de se devotar à «anime», se tivesse dedicado ao cinema com actores de carne e osso? São dois «what if?» interessantes, e no caso do de Miyazaki, talvez o cinema japonês houvesse ganho um émulo de Kurosawa, ou do Mizoguchi de «Os Contos da Lua Vaga».


Por outro lado, tínhamos todos perdido «Princesa Mononoke», que é o segundo filme mais lucrativo da história do Japão (só ultrapassado pelo inevitável «Titanic»), e que embora aparente passar-se no Japão medieval (há espingardas e tudo, introduzidas nquele país pelos portugueses, embora não haja um português à vista no filme), passa-se, na realidade, num Japão mítico-épico, onde os deuses pisavam a terra e os animais eram «maiores que a vida» e falavam, entre eles e com os homens, e onde outrora todos os seres vivos e a natureza haviam coxistido em harmonia, confrontando-se, no «agora» proto-industrial do filme, pela supremacia.


Ou seja, «Princesa Mononoke» é uma trepidante e complexa peça de «fantasy» nipónica animada, cujas ressonâncias vão para lá da piedosa e superficial «mensagem» ecológica. Elas remontam a algo de mais longínquo e primordial, a uma «era de ouro» do mundo, perfeita e mágica, tal como ficou descrita nas lendas e nos mitos de muitos povos. Este filme de «anime» não apela apenas ao inconsciente colectivo dos japoneses: diz respeito também ao de todos nós.


É pena que a versão estreada em Portugal seja a dobrada para exibição nos Estados Unidos, mesmo que tenha sido feita sob supervisão de Neil Gaiman. Algumas das vozes são completamente inadequadas (a de Clare Danes e Billy Bob Thornton, por exemplo) e o choque entre a «coisa» japonesa e os sotaques anglo-saxónicos americanas chegam por vezes a ser lamentáveis.


Por outro lado, ainda bem que o respeito que Harvey Weinstein, co-presidente da Miramax, distribuidora de «Princesa Mononoke», tem por Hayao Miyazaki é -e diz o próprio - igual ao que tem por nomes como «Kurosawa ou Sergio Leone», ou então «Princesa Mononoke« teria tido os seus 133 minutos de duração implacavelmente tesourados - a bem das alegadamente pouco pacientes plateias americanas. O crime ficou-se por ser de índole sonora.


Miyazaki, entretanto, além de ter aliado os seus Estúdios Ghibli à Walt Disney, ficando esta encarregada de lançar nos Estados Unidos, em vídeo e no cinema, nove dos filmes do realizador, já conversou com Francis Ford Coppola e com James Cameron para possíveis futuras co-produções de «anime». Além de fazer filmes como «Princesa Mononoke», Hayao Miyazaki sabe onde fazer amigos. Onde outros, de vistas curtas, persistem em ver apenas inimigos.”

Eurico de Barros, www.cinema2000.pt

Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

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CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!

Próxima sessão, dia 7 Novembro 08: Rapsódia em Agosto, de Akira Kurosawa

NOTA: Daremos informação detalhada do próximo Ciclo Temático (Do Amor, da Guerra e Outros Demónios, que iniciará no dia 7 de Novembro) no início da próxima semana.

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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Hoje, 6ªf, 24 Outubro: Cinemascópio - Ciclo Puxando os Fios da Trama: Scoop, de Woody Allen




Contamos com a vossa presença, hoje à noite! :)

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Puxando os Fios da Trama


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 24 OUTUBRO.2008 - 21H45

Scoop
Scoop

Realizador: Woody Allen
Com: Hugh Jackman, Scarlett Johansson, Geoff Bell, Woody Allen,
Ian McShane
Duração: 91 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Comédia / Policial
País de Origem: EUA, Grã - Bretanha
Ano:2006


ENTRADA LIVRE

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41

4000-334 Porto

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Próxima sessão, 31 Outubro 08: A Princesa Mononoke, de Hayao Miyazaki





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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Puxando os Fios da Trama - Próxima 6ªf, 24 Outubro: Scoop, de Woody Allen


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Puxando os Fios da Trama

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 24 OUTUBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)
ENTRADA LIVRE

Scoop
Scoop

Realizador:
Woody Allen
Com: Hugh Jackman, Scarlett Johansson, Geoff Bell, Woody Allen, Ian McShane
Duração: 96 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Comédia / Policial
País de Origem: EUA, Grã - Bretanha
Ano:2006

SINOPSE
"Sondra (Scarlett Johansson) é uma jovem nova-iorquina que descobre novas pistas sobre uma série de crimes, relacionados com "O Assassino da Carta de Tarot", que obcecou um jornalista britânico. A investigação de Sondra vai conduzi-la ao atraente homem de negócios Peter Lyman (Hugh Jackman), que a seduz com o seu misterioso charme. Mas será este romance o mais perigoso "furo" da sua vida?"

http://cinecartaz.publico.clix.pt/filme.asp?id=164759

"Aqui há fantasmas

Muito se disse que Woody Allen teria, no seu filme anterior, "Match Point", operado uma mudança radical no seu universo, desde a alteração de território, deslocado de Nova Iorque para Londres, até uma mais profunda erotização de personagens e situações. O próprio cineasta declarou, numa entrevista, que passara da representação do amor psicótico e obsessivo a um amor erótico, embora marcado por desvios cuidadosamente sinalizados, com uma deslocação para estratos superiores da aristocracia inglesa.
"Scoop" vem confirmar tal tendência, sublinhando, inclusive, o interesse por uma espécie de "whodunit", "quem matou?", algures entre as irónicas memórias vitorianas de Jack o Estripador e uma elegante exploração de interiores e de paisagens, à la Agatha Christie.
E, no entanto, esta estranha história de adivinhações e de passes de mágica, constitui, em simultâneo, uma síntese das temáticas allenianas: desde o onirismo controlado das sequências em que o barqueiro da morte, ecoando Ingmar Bergman, uma das grandes referências do realizador novaiorquino, conduz as suas vítimas, até ao modo como se trabalha o irrisório dos diálogos, insistindo na repetição de "gags", sobretudo verbais, com algumas das réplicas máximas da obra do cineasta.
A história é muito simples, quase esquemática: um jornalista (Ian McShane) morre e no caminho para o outro lado do rio do esquecimento encontra a secretária de um aristocrata (Hugh Jackman) que lhe revela suspeitar ter sido assassinada por este, por o ter conectado com um caso de assassínios em massa de prostitutas jovens, morenas e de cabelo curto. Desejando conseguir o seu último furo, o jornalista "aparece" a uma jovem aspirante a jornalista (Scarlett Johansson, perfeita na figura de uma adolescente americana deslumbrada), durante a sessão de um mágico cabotino (Woody Allen, ele-próprio, claro), que faz desaparecer pessoas e acaba por confrontar-se com o movimento contrário, a reencarnação dos mortos para informar sobre os vivos.
Depois, tudo se precipita, sem quaisquer novidades nem surpresas, requintando apenas num brilhante exercício de estilo, misturando citações e pulverizando a hipótese de preponderância das regras de género: "thriller" cómico, comédia de enganos e variação absurda sobre as séries televisivas britânicas, o filme voga de peripécia em peripécia com a segurança de quem conhece as tradições que manipula e se exibe, enquanto vulnerável personagem e enquanto supremo manipulador.
Prestidigitação total. Do clássico cinema hollywoodiano, recolhe Woody Allen o motivo do filme de fantasmas, que permite o regresso à vida para alterar a acção. Do suspense "hitchcockiano" aproveita, subvertendo-o, o "timing", com citação explícita de "Difamação"/"Notorious" no uso do truque da cave, com as garrafas de vinho à vista.
Há ainda, por outro lado, uma tangente expressa a um dos últimos filmes do mestre inglês, "Frenzy" - também ele uma enésima variação sobre o mito de Jack O Estripador -, que aqui se esvazia do tom sádico e excessivo para assumir um gentil contorno de comédia sentimental: quando Scarlett Johansson se apaixona pelo sedutor aristocrata que pretende desmascarar, expõe o jogo e "imola-se", em perigoso arremedo de melodrama. E o melodrama "invade" o filme, também, por via da citação cinéfila: a sequência que parece resolver o ajuste de contas com a traição e libertar o sedutor assassino da sua "perseguidora" cita a famosa cena do lago de "Um Lugar ao Sol" de George Stevens, por sua vez um "remake" de "Uma Tragédia Americana" de Josef von Sternberg, adaptado do romance homónimo de Dreiser, a ecoar um dos momentos capitais da "Aurora" de Murnau.
Mas, e neste jogo infinito de "trompe l"oeil" consiste a genialidade de Woody Allen, nada é o que parece: "Scoop" explora pistas para melhor se superar em prestidigitação total. O filme resolve o "thriller" pela inversão do truque usado para a aproximação do par - a indefesa heroína que não sabia nadar, na capital sequência inicial da piscina, revela-se como campeã de natação - e o brilhante exercício de estilo cumpre-se no perfeito regresso à circularidade: a personagem de Allen morre no desastre e embarca na barca de Caronte, repetindo à exaustão os seus estafados truques de cartas, para os seus novos companheiros de viagem.
O que distingue "Scoop" de anteriores pequenos "thrillers", como "Manhattan Murder Mystery"? Desde logo, a amplitude da intervenção na sua "persona" de homenzinho ridículo e insignificante. Tendo já sido notado (e bem) nestas páginas a transferência de alguns dos atributos e tiques de Woody Allen para outra personagem - no caso, a de Johansson -, a presença de Allen em cena revela-se fulcral: não só comanda a acção, como desvela a forma de descodificar o simulacro. Tudo, em "Scoop", reformula o "déjà vu" numa estratégia de distanciamento de infinitas repercussões. Auto-retrato com atributos, síntese paródica do seu universo e falsa passagem de testemunho, o filme reafirma a indispensabilidade da sua inteligência crítica para se perpetuar enquanto mito de si próprio, em narcísica pose de autor.”

Mário Jorge Torres (PÚBLICO), http://cinecartaz.publico.clix.pt

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Próxima sessão, dia 31 Outubro 08: A Princesa Mononoke, de Hayao Miyazaki


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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Hoje, 6ªf, 17 Outubro: Cinemascópio - Ciclo Puxando os Fios da Trama: A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou



Contamos com a vossa presença, amanhã! :)

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Puxando os Fios da Trama


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 17 OUTUBRO.2008 - 21H45

A Maldição da Flor Dourada
Man cheng jin dai huang jin jia
Curse of the Golden Flower

ENTRADA LIVRE

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41

4000-334 Porto

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Próxima sessão, dia 24 Outubro 08: Scoop, de Woody Allen





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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Puxando os Fios da Trama - Próxima 6ªf, 17 Outubro: A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Puxando os Fios da Trama

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 17 OUTUBRO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

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A Maldição da Flor Dourada
Man cheng jin dai huang jin jia
Curse of the Golden Flower

Realizador: Zhang Yimou
Com: Yun-Fat Chow, Li Gong, Jay Chou
Duração: 114 minutos, COR
Classificação: M/16
Género: Acção / Drama
País de Origem: China
Ano:2006

SINOPSE
"China, final da dinastia Tang, século X. Flores douradas ornamentam o palácio na véspera do Festival Chong Yang. O Imperador (Chow Yun Fat) regressa inesperadamente com o segundo filho, o príncipe Jai (Jay Chou), para celebrar as festividades com a família, apesar da tensão e da relação fria com a Imperatriz (Gong Li). Durante alguns anos, a Imperatriz manteve uma relação ilícita com o enteado, o príncipe Wan (Liu Ye), que por sua vez se sente prisioneiro e sonha fugir do palácio com a sua paixão secreta: Chan, a filha do médico imperial. Já Jai preocupa-se sobretudo com a saúde e com a obsessão da Imperatriz por crisântemos dourados. E, enquanto isso, o Imperador tem planos secretos que quase todos desconhecem. Durante as grandiosas e belíssimas festividades, negros segredos serão revelados, rebeliões insurgir-se-ão e o sangue manchará o dourado das flores. Entre o amor e o desejo, existirá um vencedor? "A Maldição da Flor Dourada" é o último filme de Zhang Yimou, o aclamado realizador chinês, autor de "O Segredo dos Punhais Voadores" e "Herói"."

http://cinecartaz.publico.clix.pt/filme.asp?id=161761

A Maldição da Flor Dourada
O conto dos crisântemos de sangue


Continua a detectar-se no universo "decorativista" de Zhang Yimou a sua formação como fotógrafo de cinema: "A Maldição da Flor Dourada" apresenta uma riqueza de cambiantes (todas as cores do arcoíris) e um cuidado tão extremado na iluminação de interiores que, por vezes, a luxuriante paisagem visual abafa a construção narrativa, sobrepondo-se aos requintes de "mise-en-scène" engendrados para o conflito shakespeariano de um imperador, dividido pelo amor aos seus três filhos, na corte da dinastia Tang, quando, no século X, o palácio Imperial atingia um luxo digno da Versalhes de Luís XIV. O filho segundo do Imperador, Jai, regressa da luta contra os Mongóis, para festejar com a família a festa dos crisântemos amarelos e encontra a imperatriz doente, submetida a uma medicação obrigatória e ritual, que a vai envenenando.
A estrutura operática, em que o cenário da Cidade Proibida joga um papel fundamental, confere ao filme um hieratismo quase ascético, entre o isolamento doentio da Imperatriz (espantosa Gong Li, próxima de um registo digno da tragédia grega, com a família dos Átridas e a trilogia de Esquilo, "A Oresteia", enquanto omnipresente referente) e a encenação precisa de golpes de artes marciais, tudo cronometrado por "travellings" vertiginosos e por um rigoroso uso dos efeitos especiais.
Como nos filmes mais recentes de Yimou, nomeadamente "Herói", assistimos a uma oscilação entre a epopeia histórica e o espectáculo exposto de um teatro de marionetas, em que a história serve, sobretudo, de pretexto para a ritualização. No entanto, o modo como se inserem os excursos, em especial o ataques dos "ninjas" da guarda negra do imperador (Chow Yun-fat pouco à vontade com uma personagem algo estereotipada e rígida), permite não só traçar rimas internas com a tradição do "kung fu", mas também apreender a vontade de instrumentalizar a tragédia para evocar filmes como "Ran" de Kurosawa, uma das matrizes já destrinçáveis em "Herói", num esplendor algo mórbido e letal. O uso obsessivo do grande plano nas cenas de interiores contrasta com os picados sobre o mar de crisântemos ou o sangue que os mancha depois da batalha final.
Embora contendo todas as contradições do cinema de Yimou, demasiado fascinado com o brilho da imagem para conseguir captar toda a intensidade trágica, "A Maldição da Flor Dourada" consegue um equilíbrio raro entre as suas componentes e incorpora um interessante olhar - quase a lembrar as extravagâncias bíblicas de De Mille - sobre o espectáculo da História em cinema.”

Mário Jorge Torres (PÚBLICO), http://cinecartaz.publico.clix.pt

Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

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Próxima sessão, dia 24 Outubro 08: Scoop, de Woody Allen


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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Amanhã, 6ªf, 10 Outubro: Cinemascópio - Ciclo Puxando os Fios da Trama: Má Educação, de Pedro Almodóvar



Contamos com a vossa presença, amanhã! :)

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Puxando os Fios da Trama


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 10 OUTUBRO.2008 - 21H45

Má Educação

La Mala Educacion

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Rua de Morgado de Mateus, nº41

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Próxima sessão, dia 17 Outubro 08: A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou





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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cinemascópio: Ciclo Puxando os Fios da Trama - Próxima 6ªf, 10 Outubro: Má Educação, de Pedro Almodóvar


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos
Ciclo Puxando os Fios da Trama

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 10 OUTUBRO.2008 - 21H45

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Má Educação
La Mala Educacion

Realizador: Pedro Amodóvar
Música: Alberto Iglesias
Com: Gael García Bernal, Fele Martínez, Daniel Giménez Cacho, Lluís Homar, Francisco Maestre, Francisco Boira, Juan Fernández, Nacho Pérez

Duração: 105 minutos, COR
Classificação: M/16
Género: Crime / Drama / Thriller
País de Origem: Espanha
Ano:2004
SINOPSE
"Depois do êxito de Fala com Ela, Pedro Almodóvar regressa a realização com um novo projecto, Má Educação. Um filme que Almodóvar define como um "thriller fatalista".

Duas crianças, Ignacio e Enrique, descobriram o amor, o cinema e o medo num colégio religioso no início dos anos 60. O Padre Manolo, director do colégio e professor de literatura foi testemunha e parte principal desses descobrimentos.
As três personagens voltam a encontrar-se anos mais tarde em Madrid no início dos anos 80, quando a cidade respirava um novo ar de liberdade.
O reencontro vai ser traçado pela mentira onde a realidade e a ficção se vão misturar e irá marcar a vida e a morte de um deles.

"Má Educação é um filme muito íntimo, mas não exactamente autobiográfico… Naturalmente, as minhas recordações foram importantes na hora de escrever o guião. Não é um acerto de contas com os padres que mal me educaram nem com o clero em geral… É um filme negro, pelo menos assim gosto de o considerar", diz Pedro Almodóvar.”
www.cineteka.com
“ENTRE A REALIDADE E A FICÇÃO

"Má Educação" (2004) de Pedro Almodóvar

Depois da intensidade de "Tudo Sobre a Minha Mãe" e "Fala com Ela", Pedro Almodóvar aumenta as doses de negrume e obscuridade em "Má Educação" ("La Mála Educación"), distanciando-se da vertente calorosa e emotiva dessas elogiadas obras antecessoras.
Apostando em tons mais sinistros, o mais recente filme debruça-se sobre temas polémicos como a pedofilia, a prostituição ou a homossexualidade. É certo estas temáticas não são inéditas na obra do cineasta, mas raramente foram abordadas de forma tão soturna e arrepiante como em "Má Educação".

Herdando referências do "film noir", do policial ou do melodrama, a película centra-se na relação de dois amigos de infância, colegas de um colégio interno católico, que se reencontram mais tarde, na idade adulta, no início dos anos 80. Enrique é agora realizador de cinema e Ignacio um actor principiante à procura de uma oportunidade para brilhar. Quando os dois jovens se reencontram, estão lançadas as pistas para uma intrincada história marcada pela mentira, traição, morte, amor e vingança, onde o presente e o passado mantêm uma interligação incontornável.

Almodóvar proporciona um denso olhar sobre os podres da Igreja Católica, nomeadamente sobre as assombrosas atmosferas dos colégios internos e das ambivalentes relações entre os padres e as crianças. É sabido que o cineasta passou a infância nestas instituições, mas desconhece-se até que ponto o argumento de "Má Educação" é auto-biográfico.
Através de "flashbacks", o filme apresenta uma perspectiva sobre os laços de confiança dos dois amigos na infância, expondo também a descoberta da paixão de ambos pelo cinema e os primeiros contactos com o despertar da sexualidade.
Com uma estrutura narrativa complexa e criativa, "Má Educação" funde as esferas da realidade e da ficção, tornando-se num desafio constante para o espectador e obrigando-o a reavaliar e questionar os acontecimentos decorridos.

Ao contrário de grande parte dos filmes de Almodóvar, aqui não se efectua um mergulho no universo feminino, antes se expõem as tensões e antagonismos de um conjunto de personagens masculinas. O carácter trágico e a densidade dramática, no entanto, mantêm-se, através de uma teia de intrigas vincada pelo desejo, ambição, pecado e obsessão. As atmosferas são, por isso, carregadas de negrume, e raramente há espaço para o despontar do amor num filme que aborda a perversidade humana. A espaços, verificam-se alguns momentos de humor, mas "Má Educação" privilegia a melancolia e o desencanto.

Para além da espessura dramática, a película impressiona também pelo rigor técnico e formal, onde a realização e banda-sonora voltam a marcar pontos e a reconstituição de Madrid dos anos 80 exibe competência. A direcção de actores é igualmente profícua, da qual se destaca a credibilidade do duo protagonista constituído por Fele Martínez (Enrique) e, sobretudo, Gael Garcia Bernal (Ignacio). Bernal, um dos mais promissores actores latinos de hoje - como "Amor Cão", "E a Tua Mãe Também" ou "Diários de Che Guevara" podem atestar - , oferece aqui os seus melhores desempenhos e confirma a sua versatilidade (a "femme - ou homme? - fatale" que compõe é uma das mais impressionantes interpretações do ano).

Talvez menos acessível e imediata do que algumas das suas obras anteriores, "Má Educação" é uma experiência cinematográfica que volta a demonstrar a vitalidade criativa de Almodóvar e um estilo que - goste-se ou não - é singular, característico e pessoal.”
Gonçalo Sá - http://forum.emcena.com


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Próxima sessão, dia 17 Outubro 08: A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou


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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Amanhã, 6ªf, 3 Outubro: Cinemascópio - Ciclo Puxando os Fios da Trama: Vertigo, de Alfred Hitchcock



Contamos com a vossa presença, amanhã! :)

Próxima sessão, dia 10 Outubro 08: Má Educação, de Pedro Almodóvar