domingo, 26 de abril de 2009

Cinemascópio: Novo Ciclo Temático já na próxima 6ª feira – O Resto é Silêncio






Caros Amigos,

Na próxima 6ª feira, dia 1 de Maio, o Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos inicia um novo Ciclo, O Resto é Silêncio.

Será então esta a programação para o mês de Maio de 2009:

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

O Resto é Silêncio


O Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder (01/05)

Gosford Park, de Robert Altman (08/05)

A Dama de Xangai, de Orson Welles (15/05)

Match Point, de Woody Allen (22/05)

(uma vez que o mês de Maio tem 5 sextas-feiras, no dia 29 de Maio, faremos um Intervalo Animado, exibindo cinema de animação)

Intervalo Animado:

O Cão, o General e os Pássaros, de Francis Nielsen (29/05)

Esperamos por vós n'

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira - Próxima 6ªf, 24 Abril: I’m Not There, de Todd Haynes


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 24 Abril.2009 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural
Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

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Não Estou Aí
I’m Not There

Realizador: Todd Haynes
Com: Cate Blanchett, Ben Whishaw, Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Marcus Carl Franklin
Duração: 135 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Drama, Biografia, Musical
País de Origem: EUA, Alemanha
Ano: 2007

SINOPSE

“Uma viagem pouco convencional à vida e aos tempos de Bob Dylan. Seis actores interpretam o papel de Dylan, como uma série de personagens em mutação – do público ao privado, passando pelo fantasioso – tecendo no seu conjunto um retrato rico e colorido deste sempre esquivo ícone americano. Poeta, profeta, fora-da-lei, falso, estrela eléctrica, mártir do rock’n’roll, Cristão-Novo – sete identidades cruzadas, sete órgãos a alimentar a história de uma vida, tão densa e vibrante como a era que a inspirou.”

http://cinema.sapo.pt/filme/im-not-there


“Se cada pessoa é um mundo, há pessoas que conseguiram que, no espaço de uma vida, coubessem vários mundos. Bob Dylan é uma dessas pessoas. O homem pareceu constantemente escapar às ideias que sobre ele se edificaram, como se houvessem sucessivas máscaras que fosse colocando no rosto - e sempre escondendo o verdadeiro Dylan, que, para começar, nem sequer se chama Dylan, mas Robert Allen Zimmerman... Eu sei, tenho estado por cá desde os tempos em que ele anunciava que os tempos estavam a mudar - e, muito jovem, deixei-me possuir pela voz roufenha e pela harmónica que traçava rasgos no meu peito como um escalpelo que me induzia a procurar cá dentro a minha própria verdade. Tenho estado por cá e não conheço ninguém que não goste de canções de Bob Dylan, nem ninguém que não se tenha afastado da sua música num ponto qualquer do caminho; alguns gritaram «traição!» e voltaram anos depois, outros foram e vieram, outros chegaram tarde - Dylan não tem fiéis.
O homem que nos induziu à verdade, que foi o profeta de toda uma geração, é tão «fake» como uma moeda de três euros? Este filme de Todd Haynes não ajuda à resposta, mas constrói-se, caleidoscópio, jogo de espelhos, como hipótese tangencial a várias dimensões de Dylan. Para tanto, esfacelou-o em seis diferentes personagens (e outros tantos intérpretes), em diferentes idades e fases da sua vida, às vezes procurando uma proximidade icónica - de que o exemplo acabado é a mimética e extraordinária prestação de Cate Blanchett -, outras vezes buscando algo de puramente simbólico. O resultado não é um «biopic», já que não há uma narrativa com sequência clara, são clarões, visões transfiguradas de um mito, pontuadas, em contínuo, pelas canções do trovador. E como Todd Haynes é um cinéfilo, um homem que pratica cinema referenciado, os amantes de cinema podem dedicar-se a decifrar a sinalética que, de Lester a Peckinpah, de Pennebaker a Fellini, por ali abunda.
Não tenho a certeza que alguém que ignore tudo de Dylan consiga orientar-se no dédalo - tanto mais que o seu nome jamais é pronunciado no filme, apenas o genérico nos indica ser a fita «inspirada pela vida e obra de Bob Dylan». Mas as canções estão lá, uma massa que tudo varre como um vento empolgante que não deixa margem para dúvidas. Seria, aliás, curioso poder fazer um esquiço do retrato mental que dele constrói alguém que parta dylaniamente virgem para I’m Not There - Não Estou Aí. Não sei mesmo se ali haverá suficiente informação, de tal modo o filme passa e repassa um tecido cultural e histórico bem delimitado (por exemplo: alguém consegue entender que o primeiro Dylan seja um miúdo negro vagabundo e se chame Woody, ignorando quem foi Woody Guthrie, a sua música, o seu percurso e a influência que Bob Dylan nele foi beber?). Para os outros, todavia, para aqueles que (como o autor destas linhas) tiveram nele uma referência, I’m Not There - Não Estou Aí é um extenso prazer, na descoberta das consonâncias, nas bizarrias desconcertantes com que nos surpreende (caso da sequência com Richard Gere, porventura pouco digerível), na escolha de canções (Haynes pode ter muitos defeitos, nenhum deles é uma tendência para o básico), na deriva de corpos (com uns sentimo-nos à vontade, é ele, com outros resistimos), na interrogação dos restantes comparsas. Mas, sobretudo, o prazer de perseguirmos uma personalidade e só encontrarmos reflexos - talvez Bob Dylan não exista deveras, apenas uma lenda, uma saga, como as dos heróis gregos. Cúmulo dos cúmulos: quando, no termo do filme, o verdadeiro Dylan aparece, finalmente, no ecrã, permanece o efeito de estranheza, como se aquele corpo fosse, afinal, apenas mais um a acrescentar à galeria que desfilara à nossa frente durante mais de duas horas. Não devemos espantar-nos: afinal, desde o título que Todd Haynes nos informara que ele não estaria lá. A verdade sobre um ser humano é uma impossibilidade? Talvez a verdade sobre Dylan, a única que seriamente importa, seja a da música e dos poemas, a das canções, e essa é-nos dada em estado puro. O resto são epifenómenos, a transitoriedade humana.
I’m Not There - Não Estou Aí é uma experiência visual e sonora singularíssima, uma aventura pelo terreno dos significados e dos materiais cinematográficos como poucas vezes experimentamos. Convido-vos a embarcar no navio: a viagem pode não ser esclarecedora, mas é apaixonante.”

Jorge Leitão Ramos
In ACTUAL Expresso, 29 Mar’08, http://www.cineclubeguimaraes.org/filme.php?id=2626


“Bob Dylan é um mito da música popular americana. Apesar de o conhecer desde sempre, confesso que apenas comecei a ouvir a sua música com maior atenção há pouco mais de quatro ou cinco anos. Fiquei imediatamente apaixonado pela sonoridade e, principalmente, pelas letras das músicas, que mais pareciam obras poéticas, com fortes mensagens de protesto. Dylan escreve como poucos no mundo da música. Temas como filosofia, politica e principalmente consciência social, são recorrentes nas letras das suas músicas. Outra característica bem conhecida de Dylan, é o facto de ter passado por fases bastante distintas ao longo da sua vida, sendo que, em cada uma dessas fases, a sua forma de ser e agir mudava tanto que por vezes nem parecia ser a mesma pessoa.

A inconstância existencial de Dylan talvez seja a razão pela qual o realizador Todd Haynes resolveu ter uma abordagem totalmente diferente do que estamos habituados nos “biopics” que temos visto nos últimos tempos. Seis actores foram escolhidos para interpretar personagens que representam Dylan, mas que nem sequer têm o seu nome. Esta escolha, apesar de arriscada, foi a mais acertada pois seria complicado, a apenas um actor, retratar alguém tão complexo e mutável. Ben Whishaw, Christian Bale, Richard Gere, Marcus Carl Franklin, Heath Ledger e Cate Blanchett foram os actores escolhidos para representar as várias fases (ou personalidades) de Dylan. Os segmentos, de cada uma destas personagens, não são contados em separado, as histórias vão-se cruzando e sendo contadas alternadamente ao longo do filme. Esta foi uma opção que, na minha opinião, foi muito bem pensada e conseguida, pois reflecte que as fases, pelas quais Dylan passou ao longo da sua vida, também não foram blocos isolados e separados no tempo.

Sendo este um filme biográfico de um cantor, era inevitável que a música desempenhasse um papel fundamental no filme, sendo, em certas partes, quase que um protagonista do mesmo. Grande parte dos êxitos, que fizeram de Dylan o mito que é, estão aqui presentes. Músicas como "Like a Rolling Stone", "The Times They Are A-Changin'”, "Just like a Woman" e “I'm Not There" são reproduzidas no filme, umas vezes na voz de Dylan, outras nos actores que o interpretam. A ligação entre imagem, música e os diálogos é por vezes tão perfeita e poética que é impossível não nos sentirmos deslumbrados com o que se vai passando diante dos nossos olhos.

Não é de admirar que Todd Haynes tenha obtido o consentimento de Dylan (muitos já tinha tentado obter essa aprovação, mas a resposta foi sempre negativa) para fazer um filme sobre ele. Dylan deve ter visto em Haynes a pessoa ideal para fazer jus à sua vida. Todd Haynes faz um trabalho irrepreensível a todos os níveis. Desde o argumento inovador, escrito pelo próprio, passando pela escolha dos actores e a cinematografia (que alterna entre o preto e branco e a cor), tudo parece estar reunido de forma perfeita.

Com tantos protagonistas, é difícil escolher um nome que se destaque dos restantes. Talvez Cate Blanchett, por ser uma mulher num papel de um homem, e por ser (incrivelmente) a que dá vida à personagem mais parecida, em termos físicos, com Dylan. Este é um elenco repleto de estrelas e de bons actores, sendo que é de destacar que até as personagens mais secundárias (neste caso todos os “não-Dylan”) estiveram muito bem.

Este é um filme enigmático, complexo e poético, tal como a figura que representa. A forma como a história de Dylan é contada é pouca ortodoxa, intensa e bastante alucinante, quase como se de uma letra de uma das suas músicas se tratasse. É, em suma, um filme refrescante, que traz uma lufada de ar fresco ao género, devendo ser visto por quem gosta, ou quer conhecer, Bob Dylan, mas principalmente pela originalidade que apresenta.”
9/10
Luís Costa, www.redcarpe.coresp.com


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quinta-feira, 16 de abril de 2009

This is a film about...

Com um elenco de luxo e uma banda sonora belíssima, da autoria de Goran Bregovic, e a voz do grande Iggy Pop, aqui fica o tema In The Death Car, com imagens do filme a exibir na próxima sessão Cinemascópio, Arizona Dream:

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira – Amanhã, 6ªf: Arizona Dream, de Emir Kusturica






Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira



SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 17 Abril.2009 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)

ENTRADA LIVRE

Arizona Dream
Arizona Dream

Realizador: Emir Kusturica
Com: Johnny Depp, Jerry Lewis, Faye Dunaway,
Lili Taylor, Vincent Gallo, Paulina Porizkova, Michael J. Pollard
Duração: 134 minutos, COR
Classificação: M/16
Género: Drama/Comédia
País de Origem: EUA, França
Ano: 1993


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Próxima sessão, dia 24 Abril 09: I’m Not There, de Todd Haynes




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terça-feira, 14 de abril de 2009

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira - Próxima 6ªf, 17 Abril: Arizona Dream, de Emir Kusturica


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 17 Abril.2009 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41
4000-334 Porto

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Arizona Dream
Arizona Dream

Realizador: Emir Kusturica
Com: Johnny Depp, Jerry Lewis, Faye Dunaway, Lili Taylor, Vincent Gallo, Paulina Porizkova, Michael J. Pollard
Duração: 134 minutos, COR
Classificação: M/16
Género: Drama/Comédia
País de Origem: EUA, França
Ano: 1993

SINOPSE

“Como sonham os peixes?

Johnny Depp é Axel Blackmer, um jovem nova-iorquino obcecado por peixes. Ele monitora o comportamento deles, mas a sua maior curiosidade é saber como eles sonham. Axel viaja para o Arizona para o casamento do seu tio [Jerry Lewis] e lá encontra Elaine [Faye Dunnaway], uma viúva que mora com a filha Grace [Lili Taylor]. O casamento do tio é na verdade um ardil para Axel entrar nos negócios da família, mas para Axel esta viagem tornará-se-à em algo bem mais complexo do que comprar e vender carros. Um filme com toques de surrealismo e que foge da narrativa e dos personagens comuns.”

http://cultura.fnac.pt

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Próxima sessão, dia 24 Abril 09: I’m Not There, de Todd Haynes




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terça-feira, 7 de abril de 2009

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira - Próxima 6ªf, 10 Abril: Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 10 Abril.2009 - 21H45

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Rua de Morgado de Mateus, nº41
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Hiroshima Meu Amor
Hiroshima Mon Amour

Realizador:
Alain Resnais
Com: Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Pierre Barbaud, Bernard Fresson
Argumento: Marguerite Duras
Duração: 86 minutos, PB
Classificação: M/12
Género: Drama
Países de Origem: França, Japão
Ano: 1959

SINOPSE

“1959. Uma jovem francesa passa a noite com um homem japonês em Hiroshima, onde foi filmar um filme sobre a paz. Apaixonam-se um pelo outro e ele fá-la recordar o primeiro homem que amou, um soldado alemão na sua cidade natal de Nevers durante a segunda guerra mundial. O homem, apaixonado, pede-lhe para não regressar a França e ficar com ele em Hiroshima. Um filme sobre a memória e o esquecimento com diálogos de Marguerite Duras.”

www.dvdpt.com



"O mote para a «Nouvelle Vague» – movimento cinematográfico francês dos finais da década de 50 encetado ferozmente por um grupo de críticos vindos na maior parte da «Cahiers du Cinema», fartos do artificialismo barato de um certo cinema e inspirados por verdadeiros autores, dai a criação da politica dos autores, como Jean Renoir, Orson Welles, Alfred Hitchcock….e muitos outros – foi dado por Jean-Luc Godard com o libertador “O Acossado”, por François Truffaut com o nostálgico “Os Quatrocentos Golpes” e com o mais lírico, o mais desesperadamente belo, poético e um dos filmes mais urgentemente românticos alguma vez realizado: “Hiroshima Meu Amor” de Alan Resnais.

Em Hiroshima um homem e uma mulher perdem-se de amores, ela é actriz, está lá a rodar um filme e partirá para o seu pais no dia seguinte, ele habita em Hiroshima e no dia seguinte nunca mais a verá.
Ela vive em Paris uma vida que não quer viver, ela conta o seu passado até ai aprisionado e insondável ao homem como forma de eternizar um amor condenado, ele não quer continuar a sua rotina de Pai de Família, ele quer largar tudo e ficar com a mulher.

A Mulher é “Nevers”, o Homem é “Hiroshima”, e o filme fica como o canto mais profundo, mais sensível, o mais louco e terminal amor que o movimento libertário francês nos ofereceu no seu período dourado...sobretudo porque a irrisão temporal, narrativa, enfim a sua total liberdade e pureza surge revestida, investida de uma sensação de apocalipse nascente da proeminente impossibilidade de um amor...os sentimentos, os gestos, os olhares, os corpos estão suspensos e assombrados pelo fantasma do fim e do consequente regresso a uma normalidade desprezível.
E o facto de este amor acontecer nesta cidade contamina o filme com uma gravidade simbólica inafastável.

E depois, claro: como nos filmes de Godard, como nos filmes de Truffaut, como nos filmes mais representativos da Nouvelle Vague, onde poderemos incluir Chabrol, Rivette ou Rohmer e outros, sente-se que o que se está a ver e a sentir é inidentificável, híbrido...com a inocência das primeiras vezes.
Hiroshima meu amor têm a beleza assustadora das coisas que não duram...têm a mais bela cena de amor alguma vez filmada, a mais arrepiante voz-off, um final enigmático...Hiroshima meu Amor é o mais belo poema “Nouvellevaguiano”...e é um dos mais apaixonantes objectos artísticos, uma das experiências mais transformadoras alguma vez executadas.

Mas é literalmente uma obra onde as palavras surgirão sempre em perda para a descrever, é um filme para habitar, para nos deixar perder nos seus labirintos na sua vibração interior…”

http://rollcamera.blogspot.com/2005/12/entre-as-imagens-hiroshima-mon-amour.html




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Próxima sessão, dia 17 Abril 09: Arizona Dream, de Emir Kusturica



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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira – Amanhã, 6ªf: Big Fish, de Tim Burton



Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira



SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 03 Abril.2009 - 21H45

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O Grande Peixe
Big Fish


Realizador: Tim Burton
Com: Ewan McGregor, Albert Finney, Jessica Lange, Billy Crudup, Steve Buscemi, Helena Bonham-Carter, Danny DeVito
Duração: 125 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 2003



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Próxima sessão, dia 10 Abril 09: Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais



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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cinemascópio: Ciclo À Margem Duma Certa Maneira - Próxima 6ªf, 3 Abril: Big Fish, de Tim Burton


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo À Margem Duma Certa Maneira

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 03 Abril.2009 - 21H45


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Rua de Morgado de Mateus, nº41
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O Grande Peixe

Big Fish

Realizador: Tim Burton
Com: Ewan McGregor, Albert Finney, Jessica Lange, Billy Crudup, Steve Buscemi, Helena Bonham-Carter, Danny DeVito
Duração: 125 minutos, COR
Classificação: M/12
Género: Drama
País de Origem: EUA
Ano: 2003

SINOPSE

“A luta entre a verdade e a mentira, entre a realidade e a ficção, encontra neste filme a sua mais apaziguadora trégua. Só Tim Burton conseguiria tornar credível o inverosímil, lidando com a fantasia como se esta fosse parte integrante do nosso quotidiano.
William cresceu no meio de uma bruma de histórias fantasiosas e plenas de personagens ficcionais com que o pai lhe dava a conhecer a sua vida, como se de uma longa aventura se tratasse. Quando, na adolescência, descobriu que nada daquilo poderia ter alguma vez existido, abre-se um fosso de incompreensão entre os dois. Mas haverá tempo para estreitar esse fosso? Para conseguir perceber essa personagem que foi o seu pai, agora que o seu tempo de vida corre para o final?
Que coisas inventamos para que gostem de nós? Que mentiras dizemos para fazer os outros felizes? E se até a realidade conseguisse surpreender-nos ao ponto de acharmos que estamos a viver um sonho?
Ao contarmos uma história enfatizamos sempre os acontecimentos que são mais relevantes para nós, carregando de adjectivos e metáforas todas as imagens que possam reforçar as nossas emoções. Enquanto isso os momentos negligenciáveis passam a correr, ou são mesmo cortados na censura da nossa memória. E Tim Burton é, de facto, um contador de histórias, defensor dos incompreendidos, como Eduardo Mãos de Tesoura (será coincidência o nome?), e de marginais como em O Estranho Mundo de Jack, traz-nos aqui Edward Bloom, o último sonhador.
Neste papel, o desarmante Albert Finney partilha o seu desempenho quando jovem com Ewan McGregor. Os cenários teatrais e technicolor são ainda divididos com a lindíssima Jessica Lange, reproduzida por Alison Lohman, Danny DeVito, Steve Buscemi, Helena Bonham-Carter (uma dupla presença da esposa do realizador) e, num papel feito à sua medida, Matthew McGrory desfila os seus 2,40 metros de altura.
O título do filme vem da pequena história mencionada no início, segundo a qual o peixe dourado, pequeno como é normal vê-lo no aquário, poderia crescer até quatro vezes o seu tamanho se deixado em liberdade. Edward Bloom é esse peixe, que deixa a sua pequena cidade e sai pelo mundo, para poder crescer. Mas Tim Burton faz com que esse peixe sejamos também nós, e, através da poderosa arma da imaginação, liberta-nos da pequenez da nossa realidade, dando-nos a oportunidade de crescer nesse imenso oceano que é a fantasia.”

http://cinerama.blogs.sapo.pt


"UM PAI DE SONHO

Para quem sempre admirou o trabalho de cineasta da fantasia e do desatino protagonizado por Tim Burton e se desiludiu com «Planeta dos Macacos», este filme marca o reencontro entre almas que pulsam ao mesmo ritmo; isto ainda que algumas vibrem em uníssono somente na admiração que sentem pela outra, a do genial cineasta.


Há um poema de Manuel Alegre que canta no seu início: “Pergunto ao vento que passa notícias do meu país e o vento cala a desgraça, o vento nada me diz”. E, na segunda quadra, o poeta insiste em entoar a sua mágoa: “Pergunto aos rios que levam tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam, levam sonhos deixam mágoas.” Vem isto, esta evocação da poesia portuguesa, a propósito do mais recente filme de Tim Burton, também ele um poema ainda que escrito na tela e “sussurrado” aos nossos corações nas imagens em movimento que o cinema transforma magistralmente em sonho. Em «Big Fish», no seu título original, há realidade transformada em fantasia delirante, há fragrâncias de uma infância que deixou contusões na alma, a de Burton, e existe mágoa tal como no poema citado. Mas também se vê deambulando lá pelo filme, preenchendo-o, uma personagem que cresceu, se tornou adulta, envelheceu, mas que manteve intacta e permanentemente exposta ao mundo em seu redor a vertente mais extravagante da sua alma de menino. Em Tim Burton essa alma também se faz sentir de modo cintilante, quer seja na inquietude dos relatos fantásticos e pungentes, ou, por outro lado, no acutilante delírio do contagiante humor negro presentes no seu cinema. E esta sua obra, adaptada do romance de Daniel Wallace, volta a causar uma tremenda emoção depois do interregno de genialidade obtido com o pouco menos que sofrível «Planeta dos Macacos» (2001).

Edward Bloom (Albert Finney) encarna esse homem maduro mas de âmago eternamente juvenil que durante toda a sua vida contou histórias inverosímeis sobre as suas igualmente incríveis aventuras em torno do mundo. A todos Bloom encantava menos a William (Billy Crudup), o seu filho, que sempre o acusou de constante ausência durante o seu processo de crescimento e de ter escondido de si a sua “identidade” real. Quer seja à mulher, à companheira do filho ou ao próprio William, Ed Bloom nunca deixou de narrar as suas delirantes façanhas onde cabiam todo o tipo de figuras excêntricas desde gigantes de rosto deformado, passando por empresários de circo durante o dia e lobisomens à noite até cidades paradisíacas onde os seus habitantes caminhavam de pés descalços sobre a relva das ruas e escondidas do mundo por florestas perigosas. Nesses momentos de juventude e peripécias, chegados em contínuos ‘flash back’ até nós, Ed é protagonizado por Ewan McGregor e Sandra, a sua mulher e mulher da sua vida, por Alison Lohman (na fase madura, por Jessica Lange). Num estádio derradeiro, Will irá tentar perceber que o modo de vida que o pai escolheu trilhar não foi tanto uma mera opção mas mais uma condicionante de uma personalidade que catapultava o ser que a possuía para lá da simples sujeição à tolerância de si e dos outros criando um mundo que se revelou de dimensão bem maior que aquele mundo de ficção com que era olhado de fora.

Tim Burton regressou pois ao misticismo do seu cinema onde a realidade se funde com a fantasia. Mas um cinema onde o permanente surrealismo dos relatos efectuados não dispensa nunca um sentido do detalhe que aqui permite descobrir traços de uma busca retrospectiva que se confunde com o seu próprio percurso existencial. E se bem que a família tem nesta sua realização um papel primordial, esse facto não invalida o distanciamento afectivo existente entre dois dos elementos nucleares dessa família – pai e filho – e o percurso de alguém que logra contrariar uma solidão a que a sua inadaptação à realidade certamente o condenaria. E, neste âmbito, temos igualmente presente na fita a figura do anti-herói o que se tem revelado como uma constante na filmografia do genial realizador.

Neste cinema feito de sensibilidade e sedução, cabe fazer três importantes destaques individuais para além do óbvio reconhecimento a Burton: a Albert Finney e Ewan McGregor, convincentes, respectivamente, como Ed Bloom velho e novo e nos seus papeis de narrador e protagonista de assombrosas aventuras, e a Philippe Rousselot, responsável pela fotografia viva e colorida que ajuda a conceder uma dimensão mítica mas alegre e viva às estórias de Bloom. Quanto a Tim Burton, uma só palavra resume este seu trabalho: extraordinário! As pontuações mais altas de uma nota geral já por si muito elevada vão no entanto para o modo como a sua realização prova, já no final do filme, como a imaginação mais fascinante não é mais que o resultado do talentoso exagerar da realidade (vide a cena do funeral onde é evidenciada a verdade da mentira) e para a opção pelo narrador que concede à fábula uma maior expressividade. «Big Fish» acaba por funcionar como um bálsamo para a alma e um incentivo para que nunca percamos de vista das nossas vidas o sonho e a fantasia. Obrigatório.”


Joaquim Lucas, www.7arte.net





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Próxima sessão, dia 03 Abril 09: Big Fish, de Tim Burton




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Cinemascópio: Novo Ciclo Temático já na próxima 6ª feira – À Margem Duma Certa Maneira





Caros Amigos,

Na próxima 6ª feira, dia 3 de Abril, o Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos inicia um novo Ciclo, À Margem Duma Certa Maneira.

Será então esta a programação para o mês de Abril de 2009:

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

À Margem Duma Certa Maneira


1º- Big Fish, de Tim Burton (03/04)

2º - Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais (10/04)

3º - Arizona Dream, de Emir Kusturica (17/04)

4º - I'm Not There - Não Estou Aí, de Todd Haynes (24/04)


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