sexta-feira, 26 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas – Hoje, 6ª feira: Um Longo Domingo de Noivado, de Jean-Pierre Jeunet

Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Adeus às Armas

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 26 Março.2010 - 22H00

Um Longo Domingo de Noivado




Contamos com a vossa presença hoje à noite, apareçam!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Próxima 6ª feira, 26 de Março: Um Longo Domingo de Noivado, de Jean-Pierre Jeunet




Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Adeus às Armas


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 26 Março.2010 - 22H00

Maria Vai com as Outras

Rua de Almada, nº443
Porto

ENTRADA LIVRE

Um Longo Domingo de Noivado

Un Long Dimanche de Fiançailles

Realizador: Jean-Pierre Jeunet

Com: Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Jean-Pierre Becker, Dominique Bettenfeld, Clóvis Cornillac, Jean-Pierre Darroussin, Jodie Foster, Julie Depardieu, Jean-Claude Dreyfus, Andreé Dussolier, Ticky Holgado, Tcheky Kario, Jerome Kircher, Denis Lavant, Chantal Neuwirth, Dominique Pinon, Marion Cotillard, Jean-Paul Rouve, Miche Vuillermoz

Duração: 124 min.
Idade: M/16
Género: Drama
País de Origem: França
Ano: 2004, Cor

SINOPSE

Jean-Pierre Jeunet volta a trabalhar com Audrey Tautou depois de "O Fabuloso Destino de Amélie". Audrey é Mathilde, uma jovem que no final da Primeira Guerra Mundial, recusa aceitar que o seu noivo morreu. Mathilde é informada que Manech morreu no campo de batalha, mas acaba por descobrir que ele fazia parte de um grupo de cinco soldados que foram condenados à morte, por um tribunal marcial, por se terem auto-mutilado para fingir ferimentos de forma a escaparem à guerra. Mas Mathilde não acredita que Manech esteja morto; se assim fosse, ela sentiria essa perda. Resolve então partir numa busca desesperada para descobrir o que realmente aconteceu a Manech.

http://cinecartaz.publico.clix.pt/filme.asp?id=120723


Amor em tempo de Guerra
"Je vois comprende...!"


Foi com alguma hesitação que decidi ver o novo filme de Jeunet. Se por um lado a crítica em geral tinha apontado por diversas vezes o seu desiquilíbrio no argumento, por outro era do mesmo realizador, e com a mesma protagonista, que nos trouxeram aquele que é o meu filme francês de eleição. Refiro-me concretamente a Le Fabuleux Destin d`Amélie Poulain. Desta vez, a dupla aventurou-se numa fábula passada aquando da ocorrência da primeira Guerra Mundial, e adaptada de um livro. Esse era outro ponto pelo qual temia ver o filme. A genialidade do filme anterior do realizador provinha, em parte, do seu argumento original, pois os acontecimentos ocorriam de forma espontânea e natural, o que não queria dizer que a adaptação de um livro tirasse esse mérito ao realizador, pelo contrário, tenho bastante confiança em Jeunet. Mas todos sabemos como são as adaptações literárias...

Para nos introduzir na história, Jeunet utiliza uma técnica semelhante ao seu anterior filme. Utiliza um narrador que avança pormenores sobre a personalidade de cada personagem envolvida na história e também uma realização excepcional. Esse é talvez o maior trunfo que Jeunet utiliza para criar as suas fábulas cheias de encanto, e a sua "arma" para nos prender a elas. Mas desta feita, o realizador francês propôs-se a contar algo mais sério, não pretendo criar gargalhadas na maior parte da duração do filme, como acontecia em Amélie. É notável uma adaptação de estilo de um filme para o outro, nunca nenhum deles perdendo a credibilidade ou se afastando do que é pretendido. A substância está lá toda, a arte de contar a história também.

Em parte, a maioria da crítica tinha razão; o argumento sofre de um desiquilíbrio, que é o excesso de personagens envolvidas na história. É bem provável que a excessiva quantidade de elementos intervenientes na história funcione em livro. Todavia, nota-se essa fragilidade no argumento, que hesita em explorar as personagens mais secundárias, uma vez que estas existem em demasia. No entanto, é essa a única fragilidade proveniente do mesmo. Argumento esse, adaptado por Jeunet, que embora não seja algo de extraordinário, é sóbrio e consegue manter ao longo do filme a sua visão despretenciosa e deliciosa, criando uma narrativa sem grandes quebras.

Mas, sejamos sinceros, o filme safa-se mais é pelo seu arrojo visual. Uma direcção de fotografia magnífica que se encarrega do contraste entra a pacata povoação de Mathilde, personagem interpretada por Audrey Tautou, onde o sol brilha moderadamente, e onde constatamos sempre uma luminosidade alaranjada, demonstrando um misto de alegria e medo; o cenário de devastação da Guerra, cinzento e frio, lembrando a morte e o sacríficio, e ainda umas curtas referências ao film-noir. Com uma direcção artística prodigiosa, uma realização fantástica, uma fotografia magnífica e interpretações espantosas, Un Long Dimanche de Fiançailles é um filme maravilhoso, uma pérola do cinema francês. E se o argumento tem as suas arestas por polir, o filme é ainda assim muito simpático, revelando talentos como Gaspard Ulliel, e reafirmando outros como Audrey Tautou e Jean-Pierre Jeunet.

E cá para mim, Audrey Tautou será sempre Amélie Poulain.”

Miguel Baptista
http://miguel12.blog-city.com, http://www.cinema2000.pt/ficha.php3?id=4577



Um Longo Domingo de Jeunet

Ontem fui ver o filme francês Um Longo Domingo de Noivado de Jean Pierre Jeunet e com Audrey Tautou. E a frase que retiro assim de repente do filme é a seguinte:

«Cão que se peida, alegria na casa»

Não é que o filme seja mau. É o inverso, na verdade. É bom, agradável e tipíco de Jeunet. Nota-se os seus pormenores ao longo dos planos e do próprio enredo. Para além de haver alguns actores, para além a Audrey, que também estiveram no fantástico Amélie.

Impossível de deixar de reparar é também as várias vezes que Mathilde (Audrey Tautou) faz pequenas apostas consigo mesmo, em que, caso se concretizem, isso significará que o seu noivo está vivo.
Do tipo: Mathilde diz para si mesma que, caso chegue primeiro que o carro que leva o noivo a uma curva, ele irá regressar vivo.
Uma pequena forma de estar poucas vezes, ou mesmo nunca, retratada de forma tão extraordinariamente sublime no cinema. São as pequenas coisas. Os pequenos gestos, que estão por trás de grandes sonhos e grandes expectativas que fazem do ser humano um sonhador. Jeunet, embora num filme com uma história diferente, volta a maravilhar.”

JT, http://magacine.blogspot.com/2005/02/um-longo-domingo-de-jeunet.html


Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: Maria Vai Com As Outras



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quinta-feira, 18 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Amanhã, 6ª feira: Duck Soup, de Leo McCarey






Contamos com a vossa presença, amanhã à noite!
Apareçam!

Próxima sessão, dia 26 Março 10: Um Longo Domingo de Noivado, de Jean-Pierre Jeunet

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Próxima 6ª feira, 19 de Março: Duck Soup, de Leo McCarey



Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Adeus às Armas


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 19 Março.2010 - 22H00

Maria Vai com as Outras

Rua de Almada, nº443
Porto

ENTRADA LIVRE

Os Grandes Aldrabões
Duck Soup

Realizador: Leo McCarey

Com: Groucho Marx, Chico Marx, Zeppo Marx, Margaret Dumont, Harpo Marx, Raquel Torres, Louis Calhern, Edmund Breese, Leonid Kinskey, Charles Middleton, Edgar Kennedy

Duração: 68 min.
Idade: M/12
Género: Comédia
País de Origem: EUA
Ano: 1933, P/B

SINOPSE

A arte do burlesco levada aos limites do absurdo na mais delirante incursão dos Irmãos Marx no cinema, que é também uma das mais virulentas sátiras à política do seu tempo (o começo da década de 30 do século passado), com a incursão na guerra de um pequeno país onde os Marx governam. O pesadelo de Kropotkine para a anarquia como forma de governo.

http://cinema.sapo.pt/filme/duck-soup/detalhes



Grandiosos momentos históricos de galhofa: Duck Soup, dos Irmãos Marx

O filme chama-se Duck Soup e foi feito por Leo McCarey em 1933, o que ainda torna tudo mais fabuloso. Os Irmãos Marx, mais criativos que nunca, faziam assim o seu próprio filme de guerra, com Groucho a fazer o papel de Rufus T. Firefly, malandrim feito ditador demente do pequeno estado de Freedonia. A acção não pára um segundo (…), completa com gags físicos, trocadilhos inspirados e efeitos especiais dignos de desenho animado. Até à altura, nada disto tinha sido tentado. (…)"

Nuno Markl, http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/102123.html?thread=3834091



Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura

Apoio: Maria Vai Com As Outras



CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!


Próxima sessão, dia 26 Março 10: Um Longo Domingo de Noivado, de Jean-Pierre Jeunet



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quinta-feira, 11 de março de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Próxima 6ª feira, 12 de Março: As Bandeiras dos Nossos Pais, de Clint Eastwood




Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Adeus às Armas

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 12 Março.2010 - 22H00

Maria Vai com as Outras
Rua de Almada, nº443
Porto

ENTRADA LIVRE

As Bandeiras dos Nossos Pais
Flags Of Our Fathers

Realizador: Clint Eastwood

Com: Ryan Phillippe, Jesse Bradford, Adam Beach, Jamie Bell, Paul Walker, Robert Patrick
Duração: 125 min.
Idade: M/12
Género: Drama, Guerra
País de Origem: EUA
Ano: 2006, Cor

SINOPSE

Fevereiro, 1945. A guerra na Europa estava ganha, mas no Pacífico continuava acesa. Uma das mais sangrentas batalhas foi a luta pela ilha de Iwo Jima, traduzida por uma das mais icónicas imagens da História: o momento em que cinco "marines" erguem a bandeira dos EUA no monte Suribachi. Esta é a história desses soldados. Essa fotografia tornou-se num símbolo da vitória e transformou esses homens em heróis. Alguns morreriam pouco depois, sem saber que a História os imortalizaria. Mas para aqueles que ficaram, o heroísmo não era a sua maior preocupação, mas sim os companheiros que não tinham sobrevivido. "As Bandeiras dos Nossos Pais", último filme de Clint Eastwood, é baseado no "best-seller" de James Bradley e Ron Powers sobre a batalha de Iwo Jima (o pai de Bradley é um dos soldados que segurava a bandeira).

http://cinecartaz.publico.clix.pt

As Bandeiras dos Nossos Pais
Imortalizados vivos

E ao quinto dia, cinco "marines" e um enfermeiro da Marinha colocaram a bandeira americana no cimo do Suribachi, o monte que domina o pedaço de rocha e areia cinzentas a que os japoneses chamam Iwo Jima. Ainda iriam passar 35 dias - e milhares de corpos semeados pelas praias - para a conquista dessa terra vulcânica, mas uma fotografia tirada pelo fotógrafo Joe Rosenthal fez "o momento". E contra isso foi impossível medir forças.
Não interessava que os factos tivessem uma dimensão diferente da lenda - afinal, James "Doc" Bradley, Rene Gagnon, Ira Hayes, Franklin Sousley, Harlon Block e Mike Strand tinham sido o segundo grupo a hastear uma bandeira americana (um caprichoso general obrigou a uma troca; qual troféu pessoal, quis a primeira que tinha sido colocada...), tiveram "apenas" a sorte, ou o infortúnio, de terem ali um fotógrafo; e afinal, esse nem foi o momento de conquista, foram precisos mais 35 dias de inferno, que até mataram Franklin, Harlon e Mike.
A fotografia, contudo, estava para além dessas contingências da realidade. E James "Doc" Bradley, Rene Gagnon e Ira Hayes, os sobreviventes, foram alistados no mito para o resto das suas existências. Chegaram a ser convocados para aparecerem ao lado de John Wayne em "Sands of Iwo Jima" (Allan Dwan, 1949). Wayne era aquele que dizia sobre todas as coisas: "Se não é tudo a preto e branco, eu pergunto: "Porque diabo é que não é?"". Contra essas certezas, podia opor-se o que disse um dos "heróis" forçados: "Every jackass thinks he knows what war is". Qualquer tradução deverá significar sempre o mesmo: as razões de estado a esmagarem as razões individuais, a culpa pelos que morreram ou ficaram para trás, um fardo. Insuportável.
Um livro, "As Bandeiras dos Nossos Pais", escrito por James Bradley (filho de "Doc"), contou essa história em 2000. Um filme, "As Bandeiras dos Nossos Pais", de Clint Eastwood, com argumento de William Boyles Jr. e Paul Haggis, conta agora essa história.
O livro (editado em Portugal pela Magnólia - já agora: a tradução, aqui, é um automatismo; a revisão de texto inexistente) se fosse ele próprio o filme seria um pedaço de cinema clássico: narrativa linear, do passado até ao presente, e a tomada de conhecimento por um filho - o autor - da figura do pai. Sem alaridos, por pudor ou por não ter unhas para se aventurar pela vertigem do romanesco e da auto-consciência criativa, o escritor olha não como mestre da sua história, mas como repórter das histórias dos outros, figuras talhadas de um gesto na rocha. James "Doc" Bradley, o último desses "heróis" a morrer, esteve vivo até 1994 e rematava sempre os seus silêncios perante os filhos inquiridores com um: "É tão simples quanto isso".
O livro, para resumir, é assim. O filme é outra coisa, para, no fundo, até lhe ser fiel - ao livro.
Eastwood, com o trabalho de Boyles Jr./Haggis, troca as voltas, anda para a frente e para trás em três tempos: as cenas de batalha em Iwo Jima, a "tournée" dos heróis pela América a angariar fundos para o esforço de guerra e a actualidade. Atrasa até onde pode a figuração do "momento" - a fotografia no Suribachi -, e antes da guerra dá-nos primeiro o simulacro, com os três soldados (interpretados por Ryan Philippe, Jesse Bradford e Adam Beach) a subirem para cima do cume de Iwo Jima em "papier maché", num estádio a abarrotar, durante a "tournée" circense que percorreu a América.
Apodera-se, assim, de uma disposição reflexiva, cria interrupções, veda-nos acessos, constrói-se à volta de um vazio central, trabalha sobre um tempo sempre interrompido. A comparação que a revista Sight and Sound fez com o "Mundo a Seus Pés" de Orson Welles, esse "fantasma no festim do cinema clássico", como lhe chama, onde sucessivos portões e cortinas escondiam a Xanadu de "citizen" Kane ou rodeavam a revelação de um segredo, o tal, Rosebud, é, mesmo se exagerada, reveladora do que por aqui se tenta (e é todo um programa pensar também em Eastwood, a quem chamam o "último dos clássicos", como um "fantasma"...).
Compreende-se, pois, o gesto, a construção em "puzzle": para fazer de Bradley, Gagnon e Hayes figuras que o mito atirou para uma condição espectral, para uma morte em vida, corroídos pela sensação de impostura, a quem foi roubado o espaço e o tempo. "As Bandeiras dos Nossos Pais" integra, por aí, o núcleo mais agónico da obra do realizador Eastwood, alguém que em tempos foi o "homem sem nome" do "western spaghetti" - construção mitológica, portanto - e que vem fazendo reflexões sobre o heroísmo, atirando ao alvo e não raras vezes oferecendo o corpo à destruição (dessa pulsão terminal, o William Munny de "Imperdoável", filme de 1992, é uma das encarnações mais perfeitas, e pensa-se em "Imperdoável" em momentos de "As Bandeiras dos Nossos Pais").
No "puzzle" que monta Clint também explicita a passagem de testemunho entre gerações, a dos pais e a dos filhos. É um dos seus "temas" - recorde-se "As Pontes de Madison County" (1995). Mas tal como nesse filme também aqui isso é mais sublinhado do que integrado. Por esta peça do "puzzle", pelos obstáculos criados - é difícil sentir entre a actualidade e o passado o fluxo de uma existência -, o "puzzle" fala mais do que toca. Mas há personagem a guardar: Ira Hayes, índio e herói, dois fardos demasiado pesados para um homem só, e ele não aguentou... É uma figura do calvário e no seu abandono lembra-nos tanto o Forest Whitaker de "Bird", filme de 1988...
Compreende-se o gesto, dizíamos: é para escavar em profundidade a História enterrada - por aí o filme é a consciência clarividente do livro. Algures a meio da preparação de "As Bandeiras dos Nossos Pais", e nessa vontade de partir em direcção às profundezas, Eastwood decidiu olhar para este episódio da II Guerra Mundial através dos olhos do "outro": os japoneses. Ir mais além só podia ser ir mesmo de encontro aos mortos que vivem na memória das rochas de Iwo Jima. Mas essa é outra história, e essa obra-prima, "Cartas de Iwo Jima", é coisa tão crepuscular que já não é filme de guerra, é pura história de fantasmas (estreia a 22 de Fevereiro).
É, portanto, a mesma história."

Vasco Câmara (PÚBLICO), http://cinecartaz.publico.clix.pt/criticas.asp?id=165012&Crid=3&c=4018

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Próxima sessão, dia 19 Março 10: Duck Soup, de Leo McCarey

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quarta-feira, 3 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Próxima 6ª feira, 5 de Março: A Vida é um Milagre, de Emir Kusturica




Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos


Ciclo Adeus às Armas




SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 05 Março.2010 - 22H00



Maria Vai com as Outras

Rua de Almada, nº443

Porto



ENTRADA LIVRE



A Vida é Um Milagre

Zivot je Cudo



Realizador: Emir Kusturica



Com: Natasa Solak, Slavko Stimac, Vesna Trivalic, Vuk Kostic, Aleksandar Bercek

Duração: 135 min.

Idade: M/12

Género: Comédia /Drama

País de Origem: França/Sérvia/Montenegro

Ano: 2004, Cor



SINOPSE

Bósnia, 1992. Luka, um engenheiro sérvio de Belgrado, vai com a mulher, Jadranka, cantora de ópera, e o filho, Milos, para uma aldeia no meio do nada, para ajudar a construir uma linha de caminhos-de-ferro que transformará a região num local de turismo.
Cego pelo seu optimismo natural, não presta atenção aos rumores sobre a guerra que se avizinha, cada vez mais persistentes. Mas quando eclode o conflito, a sua vida desmorona-se. Jadranka desaparece com um músico, Milos é chamado para combate.
Sempre optimista, Luka espera o regresso da mulher e do filho, mas Jadranka não volta e Milos é feito prisioneiro. Os sérvios confiam então a guarda de Sabaha, uma refém muçulmana, a Luka, que deverá servir de moeda de troca para recuperar Milos. Mas Luka rapidamente se apaixona por Sabaha. "A Vida é um Milagre", último filme de Emir Kusturica, estreado internacionalmente no Festival de Cannes, é um "Romeu e Julieta" nos Balcãs, com banda sonora da No Smoking Orchestra, banda do realizador.

http://cinecartaz.publico.clix.pt



“A Vida é um Milagre, de Emir Kusturica.

Um hino à Jugoslávia

Kusturica está de volta com mais um belo filme a ter como pano de fundo a tragédia que se abateu sobre o seu país, a Jugoslávia. Não sendo um filme claramente histórido e político, "A Vida é um milagre" volta ao tema da destruição da Jugoslávia, que tinha já pegado em "Underground - Era uma vez um País". Em ambos os trabalhos, o realizador assume a sua posição claramente "jugoslavista", contra os nacionalismos que despontaram no país no início da última década do século passado, e que acabaram por o destruir...

Não entrando no minimalismo de poupar uma das etnias e diabolizar outras, Kusturica revela o que se passou com o seu país e com a guerra que o destruiu. "Esta é a guerra privada de alguém", diz a Luka (a personagem central do filme) o capitão do Exército Nacional Jugoslavo que, sendo sérvio como Luka, se mantém fiel à ideia da Jugoslávia de Tito, combatendo todos os "nacionalismos" e os interesses que estes escondem: tráficos vários, poderes individuais e decadentes, da qual o nacionalista sérvio Filipovic é exemplo no filme.

A acção centra-se na paixão entre o sérvio Luka e a enfermeira muçulmana Sabaha. A história deste amor impossível e proibido é, ela mesma, um hino à Jugoslávia multi-racial, mutli-étnica e multi-nacional. Luka sente-se, antes de mais, jugoslavo e chega a confessar que o seu melhor amigo da faculdade
era muçulmano. "Melhor do que qualquer outro muçulmano e do que qualquer sérvio", confessa ele à sua "refém" - que pretendia trocar pelo seu filho Milos, feito prisioneiro pelos muçulmanos.

Tal como em Underground, o realizador não se esquece as críticas à Alemanha - que patrocinou a secessão eslovena e croata, bem como apoiou os muçulmanos da Bósnia a iniciarem a guerra e a saírem da Jugoslávia - e às tropas da ONU, ridicularizadas no final do filme.

Os jornalistas e as cadeias "informativas" internacionais também não são poupados no novo trabalho do cineasta jugoslavo, que destaca, ridicularizando, a cobertura antisérvia e pró-secessão assumida pelos
jornais e cadeias ocidentais, que escolheram os sérvios e a própria existência da Jugoslávia como inimigo a abater, relatando, grande parte das vezes, os acontecimentos de maneira oposta à forma como realmente aconteceram.
A cobertura da troca de prisioneiros é reveladora. Sabaha, gravemente ferida (por um muçulmano, o que mostra a irracionalidade total da guerra) é trocada pelo filho de Luka, enquanto chora gritando que quer ficar com Luka, que vive no lado sérvio. Uma jornalista, aparentemente norte-americana, segue o
caso contando a história de uma prisioneira ferida e torturada às mãos dos sérvios.

Feito no estilo inconfundível de Emir Kusturica, em que quase tudo são alegorias - de que a burra suicida destroçada pelo amor é um dos mais hilariantes exemplos - «A Vida é um Milagre» é uma homenagem ao sonho desfeito de muitos jugoslavos que viram o seu país destruído e destroçado por uma guerra irracional e movida por interesses exteriores às diversas etnias do país. É, ao mesmo tempo, uma bela história de amor, que prova não ter etnia, nem religião, nem nacionalidade."

www.cineclubefaro.com, Gustavo Carneiro (não-sócio)




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