sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Hoje, 6ªf, 1 Agosto: Cinemascópio ao Ar - Livre: Ciclo Reposições de Verão: 1984, de Michael Radford


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Reposições de Verão


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 8 AGOSTO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41

4000-334 Porto

(TOQUEM À CAMPAINHA, PF)

ENTRADA LIVRE

1984
Nineteen Eighty-Four

Realizador: Michael Radford

Com: John Hurt, Richard Burton, Suzanna Hamilton, Cyril Cusack, Gregor Fisher

Duração: 113 minutos

Idade: M/12

Género: Ficção C., Thriller, Romance, Drama

País de Origem: Reino Unido

Ano: 1984


SINOPSE

"Se quiser uma visão do futuro, Winston, pense numa bota a pisar uma cara humana para sempre."
-O'Brien

Baseado na obra-prima de George Orwell.

Esta impressionante adaptação "dirige-se directamente ao coração do pesadelo" (Variety) descrito no assustador clássico de George Orwell. John Hurt é "perfeito" (The Washington Post) como o atormentado rebelde, e Richard Burton "é um modelo de poderosa opressão" (Chicago Tribune) como o sádico agente do partido do poder.
Winston Smith (Hurt) leva uma penosa e esquálida existência, na totalitária Oceania constantemente debaixo da vigilância de "O Grande Irmão". Mas a sua vida sofre uma viragem quando começa um relacionamento amoroso proibido e comete o crime de pensamento independente. Enviado para o tristemente conhecido "Ministério do Amor", é colocado sob a alçada de O'Brien (Burton), um frio e ameaçador líder determinado em controlar os seus pensamentos... e a esmagar a sua alma. "

- www.dvdpt.com

"O pesadelo totalitário segundo Orwell

Brutal alerta contra sociedades distópicas comandadas por ideologias cegas, 1984, de George Orwell, é uma das mais marcantes obras de ficção literária sobre a tirania totalitária. Retrata um mundo subjugado, sem cor nem ânimo, onde o passado é obliterado e reinventado em função da nova ordem e suas conveniências, num tempo em que o mero acto de pensar é crime punido sem piedade e os traidores são sistematicamente encontrados para satisfazer a purga do sistema.

O Big Brother, a polícia do pensamento, a nova fala (criada para ser língua oficial de Oceania mas, ao mesmo tempo, assegurar a erradicação de qualquer resquício de individualidade), são armas ao serviço do controle absoluto. 1984 abre-nos os olhos ao mundo. Inspirado pela monstruosidade do estalinismo, o livro é assumidamente uma ficção, uma reflexão sobre o aparentemente surreal, mas na verdade o "real" pode não estar assim tão longe de nós. E é por isso que o terror que nos é sugerido acaba por transtornar ainda mais.

1984 teve uma primeira adaptação ao cinema em 1956 por Michael Anderson e uma segunda versão, para televisão, em 1965, por Christopher Morahan. Ambas medíocres, a primeira inclusivamente com inqualificável happy end! A viúva de Orwell ficou tão chocada por ambas as adaptações que, quando em 1974 David Bowie lhe pediu autorização para construir um musical em torno do livro, ela lho recusou (o tema 1984 e os ambientes de Diamond Dogs são mero eco do projecto que Bowie desejou mas nunca concretizou).

A morte de Sonia Orwell permitiu então a Michael Radford pensar numa nova adaptação deste clássico ao cinema. O filme foi "estrategicamente" encaminhado para estrear mesmo na data certa 1984.

Extremamente fiel ao livro, sem que tal impeça a afirmação de uma certa identidade cinematográfica, o 1984 de Radford é, a todos os níveis, um feito notável. A cenografia introduz o clima sombrio do espaço, visivelmente degradado, aparentemente pós-apocalíptico, permanentemente dominado por mensagens de guerra, traições descobertas e ideologia do "partido" sistematicamente vomitadas pelos grandes televisores que povoam todos os lugares. Centramo-nos em Winston (um excelente John Hurt), herói acidental, cidadão comum de 39 anos, de saúde frágil mas no qual reconhecemos indícios de personalidade quando, às escondidas, escreve um diário na sua lúgubre alcova. Ponto na multidão, destingue-se quando se envolve num sombrio romance escondido com Julia (Suzanna Hamilton) e tenta descodificar a enigmática figura de O'Brien (Richard Burton, espantoso no seu derradeiro papel para cinema), um membro do "partido". Aos olhos do Big Brother estas fugas à norma são crime de grande amplitude que, quando descoberto (e não há nada que o Big Brother não descubra), o colocam sob a alçada do aparelho repressor do "partido". O'Brien será o seu maquiavélico e sádico inquisidor, submetendo o frágil Winston à dor e tortura, em busca de confissão. É particularmente incómoda a sugestão de uma mutilação facial por ratos frenéticos...

Suportado por uma história assombrosa e um clima visual devastador, o 1984 de Radford (a milhas do xarope poético sobre Neruda que rodaria anos depois) vive também dos espantosos papéis de John Hurt e Richard Burton. E pede discreta "ajuda" na banda sonora aos então globalmente populares Eurythmics.
A viúva de Orwell, desta vez, teria gostado."

-Nuno Galopim, artes@dn.pt – Diário de Notícias

Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura


Apoio: A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

CONTAMOS COM A VOSSA PRESENÇA!

Próxima sessão, dia 8 Agosto 08: 21 Gramas, de Alejandro Gonzalez Iñarritu


www.acadeiradevangogh.blogspot.com

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