terça-feira, 22 de julho de 2008

Cinemascópio ao Ar -Livre no Verão - Ciclo Viver a Liberdade – Próxima 6ªf, 25 de Julho: O Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro


Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos

Ciclo Viver a Liberdade


SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 25 JULHO.2008 - 21H45

A Cadeira de Van Gogh - Associação Cultural

Rua de Morgado de Mateus, nº41

4000-334 Porto

ENTRADA LIVRE

O LABIRINTO DO FAUNO
El Laberinto del Fauno

Realizador: Guillermo del Toro

Com: Ariadna Gil, Ivana Baquero, Sergi López

Duração: 112 minutos

Idade: M/16

Género: Drama, Fantasia, Thriller

País de Origem: Espanha

Ano: 2006

SINOPSE

Espanha, 1944. A Guerra Civil já terminou há cinco anos, mas um grupo de rebeldes continua a lutar, invencível, nas montanhas de Navarra. O Capitão Vidal, um oficial fascista, tem ordens para eliminar os rebeldes nesse território remoto. Ofélia, uma rapariga sonhadora de dez anos, muda-se com a mãe, grávida e frágil, para Navarra, para finalmente conhecer o padrasto, o Capitão Vidal. Mas ele não faz qualquer esforço para se aproximar da enteada. Sozinha, Ofélia procura companhia e amizade em Mercedes, uma cozinheira que trabalha para as tropas do padrasto. Até que um dia, Ofélia, fascinada por contos de fadas, descobre um grandioso labirinto a desmoronar-se atrás da fábrica em que se instalara o padrasto. No centro do labirinto, conhece Pan, um velho brincalhão que diz conhecer a sua verdadeira identidade. Segundo ele, Ofélia é uma princesa, filha desaparecida do Rei das Fadas. E Pan oferece-lhe a oportunidade de voltar ao mundo secreto e governar o reino de seu pai. Mas primeiro, deverá executar três tarefas antes da Lua cheia... E ninguém pode saber, nem a mãe, nem Mercedes, e muito menos o Capitão Vidal, que planeia mandá-la embora. O tempo esgota-se para os rebeldes e para Ofélia. Todos têm de combater a crueldade para conseguirem a liberdade. "O Labirinto do Fauno" foi um dos filmes mais nomeados aos Óscares, totalizando seis nomeações: Melhor Filme Estrangeiro, Argumento Original, Banda Sonora, Direcção Artística e Melhor Fotografia.

PUBLICO.PT

[http://cinecartaz.publico.clix.pt ]

O Labirinto do Fauno
Conta-me histórias

Nada menos de seis nomeações para os Óscares, entre as quais o melhor filme estrangeiro e melhor argumento, depois de uma passagem pela selecção do Festival de Cannes de 2006 e de uma extraordinária recepção crítica nos EUA. Não é normal que um filme "de género", receba tantas provas de respeito por parte de uma classe crítica habitualmente alheia ao cinema fantástico.

Que não se entenda nisso um sinal de que as coisas estão à beira de mudar. Quando muito, veja-se o reconhecimento de uma geração de cineastas latinos que está a conquistar Hollywood (Guillermo del Toro é mexicano, como Alejandro González Iñarritú, de "Babel", ou Alfonso Cuarón, de "E a tua Mãe Também"), ou do talento específico de um realizador que se tem erguido a pulso como "autor" com um universo recorrente de filme para filme, independentemente de assinar uma encomenda hollywoodiana como "Blade II" (2002) ou "Hellboy" (2004) ou um filme mais pessoal como "Nas Costas do Diabo" (2001).

É, aliás, em "Nas Costas do Diabo" que se encontra a filiação directa de "O Labirinto do Fauno"; a referência à Guerra Civil Espanhola e a transfiguração da realidade através dos olhos de uma criança. O novo filme tem lugar em 1944, já depois de final da Guerra Civil, mas refere–se-lhe constantemente através de um odioso oficial franquista (excelente Sergi López) que instalou o seu quartel-general numa casa rural que encerra um portal para um universo subterrâneo de mitos e magia, cuja princeza desapareceu há séculos...e parece ressurgir agora sob os traços de Ofelia, a enteada do oficial. Uma menina sonhadora que relutantemente acompanhou a mãe grávida para longe da cidade e se sente perdida e assustada até encontrar o labirinto que dá título ao filme.

Relacionar o mundo real com o universo fantasioso onde Ofelia penetra é, evidentemente, um velho truque da ficção fantástica. Mas nem esta "Alice" vai sair incólume destas viagens, nem o mundo subterrâneo é um "país das maravilhas": o que interessa a Del Toro é que as portas entre um e outro não são estanques nem de sentido único. Este conto de fadas cruzado da fábula sobre a persistência do mal e o poder da inocência viaja entre o filme de guerra e o realismo mágico - reside nessa deliberada indefenição a sua mais-valia mas também a sua maior desvantagem, já que a "integração" dos dois universos é por vezes um pouco forçada (e resultava melhor em "Nas Costas do Diabo", mais atmosférico, mais conseguido e mais sugerido).

Mas confirma-se Del Toro como cineasta sensível e inteligente, mais interessado em ambientes do que em sustos gratuitos (e nesse aspecto o filme é extraordinário), com uma capacidade efabulatória invejável. Será um erro vir a "O Labirinto do Fauno" à procura da confirmação da vitalidade do cinema latino; é apenas uma prova de que o melhor cinema fantástico está muito longe de ser "parente pobre".

(Jorge Mourinha, http://cinecartaz.publico.clix.pt)

Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura


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