segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ele há filmes...

Ele há filmes que nos aparecem todos os dias. Filmes nas coisas, nos objectos. Filmes que são as coisas do dia, ruidos, sons aos tropeções, passos indecisos, hesitações mínimas.

Há também os filmes do momento. Filmes feitos de pensamento, do interior. Sensações que acordam na memória deles. Cenas, humores. E uma voz que entoa clara, concisa, definidora.

E há os filmes do entardecer. Romance que nos acaricia os ombros. Vozes que nos abraçam em tempos mortos. E os rostos que nos acompanham quando lá fora escurece devagarinho...

E filmes nossos. Filmes só nossos. Filmes de frases escritas na pedra. Poesia. Pedaços de nós na tela. Ideias. Futuro. São os filmes perfeitos, filmes seguros de si, filmes seguros em si.

... ou os filmes de mãos nos bolsos. Na nossa postura. Na preguiça do dia. Filmes de estilo, egoistas, vaidosos. Filmes que não são nada. Filme feito numa volúpia do corpo, num passo de dança.
Filmes quietos, inúteis a olhar ao espelho.

Filmes cómicos, chorões, ridículos. Filmes no fio do tempo, nas sombras das coisas.

E nós naquele espaço escuro.... por detrás dos olhos

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