segunda-feira, 22 de outubro de 2007

DocLisboa, a não perder de vista

Está a decorrer desde o dia 18 e até ao próximo dia 28 de Outubro, o festival de Cinema Documental "DocLisboa".

Muitos dos filmes são imperdíveis, como, numa escolha mais ou menos arbitrária e subjectiva - o melhor é ver o programa e, melhor ainda, se possível, ver os filmes:

• "Taxi to the Dark Side", de Alex Gibney («documentário perturbador sobre aquilo que o governo de Bush designa por "técnicas de interrogação de suspeitos", mas que o realizador e as leis internacionais chamam pelo seu verdadeiro nome: tortura»);

• "Rock Soup", de Lech Kowalski (
«no final dos anos oitenta, o número de pessoas sem-abrigo a viver nas ruas de Nova Iorque atingia proporções alarmantes. Em 1989, Kowalski passou alguns meses entre os frequentadores de um centro de apoio no Lower East Side, sobre o qual pairava a ameaça de encerramento»);

• "Sicko", de Michael Moore («o novo filme de Michael Moore combina o humor com o horror para denunciar as debilidades do sistema de saúde americano, minado por décadas de subfinanciamento público e pela concorrência dos seguros privados»);

• "Não me Obriguem a Vir para a Rua Gritar", de Rui de Brito («"Eu sou aquilo que fiz." Zeca Afonso deu-nos tanto que agora é a nossa vez de lhe darmos algo. A SubFilmes convidou vários artistas de áreas criativas contemporâneas para criarem uma obra de arte especialmente para Zeca Afonso - um filme, uma música, um desenho, uma animação de motion graphics. Este filme-homenagem revela o quanto este autor está vivo e é referência para as novas gerações»);

• "El Ejido, La Loi du Profit", de Jawad Rhalib («O que acontece aos imigrantes africanos que arriscam a vida para a chegar à Europa atravessando o mar em "pateras" sobrelotadas? El Ejido é um dos primeiros lugares onde vêm parar. Para fazer o que? Trabalhar ilegalmente em estufas de agricultores espanhóis membros de uma associação ultra-legalistas cuja regra é não dar emprego a ilegais»;

• "My Country, My country",
de Laura Poitras («nomeado para o Óscar de Melhor Documentário em 2007, "My Country, My Country" não é apenas um filme sobre o estado da democracia iraquiana, mas também é um inquérito sobre a pertinência da política exterior americana. Ao longo de oito meses, a realizadora segue os preparativos para as primeiras eleições no Iraque depois do afastamento de Saddam Hussein»);

• "When the Levees Broke: A Requiem in Four Acts", de Spike Lee («não foi o furacão Katrina que destruiu Nova Orleães: foram os diques, quando cederam à força das águas e inundaram grande parte da cidade. Filmado logo após o desastre, o último filme de Spike Lee é um retrato tocante dos efeitos de uma das piores catástrofes que jamais atingiu os Estados Unidos»);

"Manufacturing Dissent: Uncovering Michael Moore", de Rick Caine e Debbie Melnyk («Rick Caine e Debbie Melnyk viram o feitiço contra o feiticeiro e transformam o polémico Michael Moore no tema deste documentário. Acompanhando-o após a estreia de "Fahrenheit 9/11" e durante a campanha presidencial americana de 2004, os realizadores que eram autênticos fãs do mais célebre documentarista do planeta, não conseguem chegar a ter uma entrevista com ele. Entrevistam então com antigos colegas e protagonistas dos filmes de Moore para tentar compreender os processos de trabalho de um autor que afinal se mostra tão fugidio como as personagens dos seus filmes»).

Um comentário:

Nuno disse...

Gostei da sugestão.
Embora os bons trezentos e tal quilómetros que me separam da capital me impeçam de assistir a tais documentários, ficam aqui os títulos para mais tarde ver.
Gostei especialmente do documentário sobre o documentarista. Mesmo tendo eu, como posição de princípo, separar o autor da sua obra, não deixa de ser um exercício interessante tendo em conta o personagem em questão