terça-feira, 2 de março de 2010

Cinemascópio: Ciclo Adeus às Armas - Próxima 6ª feira, 5 de Março: A Vida é um Milagre, de Emir Kusturica




Cinemascópio - Ciclos de Cinema Temáticos


Ciclo Adeus às Armas




SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 05 Março.2010 - 22H00



Maria Vai com as Outras

Rua de Almada, nº443

Porto



ENTRADA LIVRE



A Vida é Um Milagre

Zivot je Cudo



Realizador: Emir Kusturica



Com: Natasa Solak, Slavko Stimac, Vesna Trivalic, Vuk Kostic, Aleksandar Bercek

Duração: 135 min.

Idade: M/12

Género: Comédia /Drama

País de Origem: França/Sérvia/Montenegro

Ano: 2004, Cor



SINOPSE

Bósnia, 1992. Luka, um engenheiro sérvio de Belgrado, vai com a mulher, Jadranka, cantora de ópera, e o filho, Milos, para uma aldeia no meio do nada, para ajudar a construir uma linha de caminhos-de-ferro que transformará a região num local de turismo.
Cego pelo seu optimismo natural, não presta atenção aos rumores sobre a guerra que se avizinha, cada vez mais persistentes. Mas quando eclode o conflito, a sua vida desmorona-se. Jadranka desaparece com um músico, Milos é chamado para combate.
Sempre optimista, Luka espera o regresso da mulher e do filho, mas Jadranka não volta e Milos é feito prisioneiro. Os sérvios confiam então a guarda de Sabaha, uma refém muçulmana, a Luka, que deverá servir de moeda de troca para recuperar Milos. Mas Luka rapidamente se apaixona por Sabaha. "A Vida é um Milagre", último filme de Emir Kusturica, estreado internacionalmente no Festival de Cannes, é um "Romeu e Julieta" nos Balcãs, com banda sonora da No Smoking Orchestra, banda do realizador.

http://cinecartaz.publico.clix.pt



“A Vida é um Milagre, de Emir Kusturica.

Um hino à Jugoslávia

Kusturica está de volta com mais um belo filme a ter como pano de fundo a tragédia que se abateu sobre o seu país, a Jugoslávia. Não sendo um filme claramente histórido e político, "A Vida é um milagre" volta ao tema da destruição da Jugoslávia, que tinha já pegado em "Underground - Era uma vez um País". Em ambos os trabalhos, o realizador assume a sua posição claramente "jugoslavista", contra os nacionalismos que despontaram no país no início da última década do século passado, e que acabaram por o destruir...

Não entrando no minimalismo de poupar uma das etnias e diabolizar outras, Kusturica revela o que se passou com o seu país e com a guerra que o destruiu. "Esta é a guerra privada de alguém", diz a Luka (a personagem central do filme) o capitão do Exército Nacional Jugoslavo que, sendo sérvio como Luka, se mantém fiel à ideia da Jugoslávia de Tito, combatendo todos os "nacionalismos" e os interesses que estes escondem: tráficos vários, poderes individuais e decadentes, da qual o nacionalista sérvio Filipovic é exemplo no filme.

A acção centra-se na paixão entre o sérvio Luka e a enfermeira muçulmana Sabaha. A história deste amor impossível e proibido é, ela mesma, um hino à Jugoslávia multi-racial, mutli-étnica e multi-nacional. Luka sente-se, antes de mais, jugoslavo e chega a confessar que o seu melhor amigo da faculdade
era muçulmano. "Melhor do que qualquer outro muçulmano e do que qualquer sérvio", confessa ele à sua "refém" - que pretendia trocar pelo seu filho Milos, feito prisioneiro pelos muçulmanos.

Tal como em Underground, o realizador não se esquece as críticas à Alemanha - que patrocinou a secessão eslovena e croata, bem como apoiou os muçulmanos da Bósnia a iniciarem a guerra e a saírem da Jugoslávia - e às tropas da ONU, ridicularizadas no final do filme.

Os jornalistas e as cadeias "informativas" internacionais também não são poupados no novo trabalho do cineasta jugoslavo, que destaca, ridicularizando, a cobertura antisérvia e pró-secessão assumida pelos
jornais e cadeias ocidentais, que escolheram os sérvios e a própria existência da Jugoslávia como inimigo a abater, relatando, grande parte das vezes, os acontecimentos de maneira oposta à forma como realmente aconteceram.
A cobertura da troca de prisioneiros é reveladora. Sabaha, gravemente ferida (por um muçulmano, o que mostra a irracionalidade total da guerra) é trocada pelo filho de Luka, enquanto chora gritando que quer ficar com Luka, que vive no lado sérvio. Uma jornalista, aparentemente norte-americana, segue o
caso contando a história de uma prisioneira ferida e torturada às mãos dos sérvios.

Feito no estilo inconfundível de Emir Kusturica, em que quase tudo são alegorias - de que a burra suicida destroçada pelo amor é um dos mais hilariantes exemplos - «A Vida é um Milagre» é uma homenagem ao sonho desfeito de muitos jugoslavos que viram o seu país destruído e destroçado por uma guerra irracional e movida por interesses exteriores às diversas etnias do país. É, ao mesmo tempo, uma bela história de amor, que prova não ter etnia, nem religião, nem nacionalidade."

www.cineclubefaro.com, Gustavo Carneiro (não-sócio)




Uma iniciativa: Pintar o 7 - Cinema, Cidade, Cultura


Apoio: Maria Vai Com As Outras



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Próxima sessão, dia 12 Março 10: As Bandeiras dos Nossos Pais, de Clint Eastwood



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